PGR opina pelo não conhecimento de reclamação contra ato que anulou anistia concedida a ex-militar

PGR opina pelo não conhecimento de reclamação contra ato que anulou anistia concedida a ex-militar

O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) parecer contrário à reclamação proposta por um ex-militar contra portaria do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos que anulou sua anistia política. Segundo o PGR, a reclamação é incabível nesse caso, pois não há relação estreita entre a portaria questionada e o acórdão do Supremo que teria sido desrespeitado. Por isso, o PGR opina pelo não conhecimento da reclamação.

O caso trata da situação de um militar que, em 2003, teve reconhecida sua condição de anistiado político pelo Ministério da Justiça. No entanto, em 2011, foi editada a Portaria Interministerial 134, que permite a revisão das anistias concedidas a militares afastados da Força Aérea em 1964 quando não ficar demonstrada a motivação exclusivamente política do ato. Em 2012, depois da análise do Grupo de Trabalho Interministerial e de processo administrativo, a anistia concedida ao ex-militar foi cancelada pelo Ministério da Justiça, mas o Supremo anulou a decisão, sob o argumento de que o prazo para a Administração Pública rever esse tipo de concessão estaria prescrito.

Em decisão posterior, no julgamento de recurso especial com repercussão geral reconhecida, o Supremo definiu que a Administração Pública pode rever a concessão de anistia a cabos da Aeronáutica com fundamento na Portaria 1.104/1964, quando comprovada a ausência de ato com motivação exclusivamente política, assegurando-se ao anistiado o devido processo legal administrativo e a não devolução das verbas já recebidas. Assim, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos abriu novo processo e acabou anulando mais uma vez a anistia política concedida ao ex-militar, dessa vez com fundamento na decisão do Supremo proferida em sede de repercussão geral. Ele ajuizou a reclamação, alegando que a decisão anterior do STF, relativa à decadência do prazo, havia sido desrespeitada.

No parecer, o PGR lembra que a reclamação é um instituto processual destinado a preservar a autoridade das decisões do Supremo. Ela exige “o ajuste exato entre os atos questionados e os julgados reputados paradigmas para que seja possível a análise de mérito da reclamação”, explica Aras. O que motivou a portaria do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos foi decisão posterior do Supremo relativa ao tema, e não aquela apontada pelo reclamante como tendo sido desrespeitada. Assim, como não há relação entre os atos, o requisito de admissibilidade da reclamação não foi atendido e ela não deve ser conhecida pelo STF, ficando mantida a portaria que anulou a anistia.

Leia a RCL 47037_MMF

 

Fonte: MPF

Leia mais

MPAM abre inscrições para processo seletivo de estágio nesta sexta (26)

O Ministério Público do Estado Amazonas (MPAM), via Centro de Estudo e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), abre, nesta sexta-feira (26/07), as inscrições para um processo...

Justiça manda Banco indenizar cliente em R$ 5 mil por cobranças diversas do empréstimo pretendido

Em decisão monocrática, a Desembargadora Maria do Perpétuo Socorro Guedes Moura, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), converteu um contrato de cartão de...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

MPAM abre inscrições para processo seletivo de estágio nesta sexta (26)

O Ministério Público do Estado Amazonas (MPAM), via Centro de Estudo e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), abre, nesta sexta-feira (26/07),...

Devedor não paga por juros e correção entre bloqueio judicial e transferência para conta do credor

Não cabe ao devedor arcar com o pagamento de juros e correção monetária no período entre o bloqueio judicial...

Justiça manda Banco indenizar cliente em R$ 5 mil por cobranças diversas do empréstimo pretendido

Em decisão monocrática, a Desembargadora Maria do Perpétuo Socorro Guedes Moura, do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), converteu...

Partido pede que STF impeça repatriação de crianças quando houver suspeita de violência doméstica

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) apresentou uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir que crianças que...