TRT em Alagoas leva proposições ao governo local para combate ao trabalho infantil

TRT em Alagoas leva proposições ao governo local para combate ao trabalho infantil

Na semana em que se celebrou o Dia Nacional e Mundial de Combate ao Trabalho Infantil, representantes do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT-19), Ministério Público do Trabalho (MPT) e do Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador de Alagoas (FETIPAT/AL) entregaram ao Governo do Estado uma “carta compromisso” em defesa da criança e do adolescente.

No documento, o Regional Trabalhista Alagoano, o MPT e o FETIPAT/AL convidam o Governo a firmar 33 compromissos relacionados à prevenção e à erradicação do trabalho infantil no Estado de Alagoas. A quantidade de proposições faz alusão ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completa 33 anos em 2023.

O juiz do Trabalho Ednaldo da Silva Lima , gestor do Programa de Combate ao trabalho Infantil no âmbito do TRT-19, participou da reunião.

De acordo com a procuradora do MPT Cláudia Soares, o encontro foi um momento simbólico de convite ao Estado de Alagoas para uma atuação conjunta baseada no diálogo entre a sociedade civil, o sistema de garantias e o poder público.

“Viemos aqui não apenas cobrar responsabilidade do poder público, mas dizer que nós estamos abertos, enquanto instituições e sociedade civil, para construir e costurar políticas públicas de combate ao trabalho infantil. Essa carta foi elaborada por todos os membros que integram o FETIPAT de Alagoas.”, disse Cláudia Soares. Ela é uma das procuradoras à frente da Coordenadoria Nacional de Combate ao Trabalho Infantil e Promoção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes (COORDINFÂNCIA) do MPT.

“Além de implantação de políticas públicas eficientes para reduzir a pobreza e a vulnerabilidade social de famílias alagoanas, também é fundamental desenvolver ações com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância de prevenir e erradicar essa prática. Não conseguiremos erradicar o trabalho infantil sem o apoio da sociedade”, destacou a coordenadora do FETIPAT/AL, Nelma Nunes.

A carta compromisso foi entregue na segunda-feira passada (12/6) à secretária do Gabinete Civil, Roseane Vasconcelos, ao secretário de Estado do Governo, Vítor Hugo Pereira, e à secretária de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social, Kátia Born. Os três gestores representaram o governador Paulo Dantas.

Também estiveram presentes representantes do Ministério do Trabalho e Emprego, Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Alagoas, Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas e Federação das Associações de Moradores e Entidades Comunitárias de Alagoas.

Trabalho infantil

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADc) de 2019, que traz os dados globais mais atuais sobre trabalho infantil, há 25.372 crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil no Estado de Alagoas. Desses, 9.500 estão trabalhando nas piores formas.

“É preciso destacar que, entre os anos de 2016 e 2019, houve um decréscimo do número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil em Alagoas, uma vez que a PNADc de 2016 apontava para 27 mil casos de trabalho infantil e a de 2019, 25 mil casos, aproximadamente. A série histórica registrava, até então, a tendência de diminuição dos casos”, lembrou a procuradora Cláudia Soares.

A vice-coordenadora nacional da COORDINFÂNCIA explica que as causas do trabalho infantil são multifatoriais e se relacionam diretamente com as condições socioeconômicas. Vinculam-se também com a não efetivação de políticas públicas voltadas à proteção, geração de renda, saúde, moradia e educação das famílias vulneráveis ou em risco social.

Um estudo divulgado pela World Development Indicatords (WDI) em 2019 mediu a subnotificação do trabalho na infância. Segundo a pesquisa, o número de trabalho infantil no Brasil é de 1,8 milhão de crianças e adolescentes em situação de trabalho precoce e pode ser até sete vezes maior.

Como denunciar

Qualquer pessoa pode reportar notícia de fato relacionada a violações de direitos humanos, da qual seja vítima ou tenha conhecimento, dentre elas, uma situação de trabalho infantil, por meio do “Disque-100”.

As denúncias também poderão ser realizadas no site da Procuradoria Regional do Trabalho da 19ª Região (https://www.prt19.mpt.mp.br/), por meio do acesso à aba “Denúncias”, e ainda pelo aplicativo “MPT Pardal”.

Com informações do CNJ

Leia mais

Juiz invoca ilegalidade em reajuste de salários de prefeito e vereadores; lei é suspensa

Decisão do Juiz Leoney Figliuolo, da Vara da Fazenda Púbica, suspende a eficácia da Lei Municipal n.º 589/2024, promulgada pela Câmara Municipal de Manaus....

Consumidores pedem ampliação de medida que cassou, em parte, decisão sobre transferência da Amazonas Energia

Consumidores de energia elétrica da Região Norte, representados pela ASDECEN, enviaram ao desembargador federal João Batista Moreira um documento solicitando a ampliação da medida...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Projeto prevê prisão por manter animal permanentemente preso em corrente

A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados aprovou em dezembro do ano passado proposta...

Comissão aprova nova regra sobre indenização por dano moral para vítima de violência doméstica

A Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher aprovou, em novembro do ano passado, proposta estabelecendo o direito de...

Juiz invoca ilegalidade em reajuste de salários de prefeito e vereadores; lei é suspensa

Decisão do Juiz Leoney Figliuolo, da Vara da Fazenda Púbica, suspende a eficácia da Lei Municipal n.º 589/2024, promulgada...

É falso que transações via Pix acima de R$ 5 mil pagarão imposto em 2025

Regulamentação da Receita Federal impõe a obrigatoriedade de comunicação de transferências financeiras acima de R$ 5 mil para pessoas...