O grupo de transição do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, acena para a possibilidade de se revogar uma lista de atos do presidente Bolsonaro que se encontram sob sigilo e que são considerados, então, documentos do governo. O anúncio foi feito por Paulo Câmara, atual governador de Pernambuco, que passou a integrar o governo de transição. A Lula caberá decidir o que deve ou não deve ser revogado, informou.
Há, no entanto, um prévio quadro do que irá ser quebrado desse ‘sigilo’ como sobre visitas feitas à primeira-dama, Michelle Bolsonaro, no Palácio do Alvorada. A Receita Federal determinou sigilo pelo mesmo prazo no processo que julga uma possível atuação do órgão para auxiliar a defesa do senador Flávio Bolsonaro, do PL, no caso de desvio de dinheiro conhecido como ‘rachadinha’. O acesso à ficha funcional de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro acusado de operar o esquema, também foi bloqueado pelo governo federal.
Outros atos, mantidos sob sigilo, poderão ser revogados, na medida do permitido e do interesse do novo governo. A Presidência da República restringiu a divulgação sobre crachás e registros de entrada no Palácio do Planalto de dois filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro.