STF forma maioria para manter suspensão do porte e apreensão de armas de Zambelli

STF forma maioria para manter suspensão do porte e apreensão de armas de Zambelli

O Plenário do Supremo Tribunal Federal formou maioria, nesta sexta-feira (17/2), para manter a suspensão do porte e a apreensão de armas da deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP). O julgamento virtual se encerra às 23h59.

Às vésperas das eleições de 2022, em outubro, a parlamentar sacou uma pistola 9mm, apontou para um homem e o perseguiu na região dos Jardins, na capital paulista. As medidas cautelares foram estipuladas pelo ministro Gilmar Mendes entre dezembro do ano passado e o último mês de janeiro.

A defesa de Zambelli argumentou que o STF não poderia processar e analisar o caso, pois não haveria relação com o exercício de seu mandato. Além disso, ela alegou que agiu em legítima defesa, pois foi ameaçada e agredida verbalmente.

Fundamentação
Em seu novo voto, Gilmar inicialmente ressaltou que os fatos ocorreram em razão de discussões políticas relativas às eleições e ao posicionamento político-partidário da deputada. Assim, o STF é competente para julgar o caso, devido ao foro por prerrogativa de função (conhecido como foro privilegiado).

O ministro ainda indicou que a parlamentar não foi presa em flagrante na ocasião justamente por causa do foro especial. Ou seja, o pedido de afastamento da competência da corte seria contraditório.

Quanto à alegação de legítima defesa, Gilmar destacou que será analisada quando o tribunal julgar o mérito da questão. A tese invocada “exigiria demonstração inequívoca, ausente no contexto”.

No mais, o relator reafirmou o conteúdo de suas decisões anteriores. Ele se baseou nos vídeos do evento e no auto de prisão em falgrante para constatar o uso irregular da arma de fogo.

Gilmar também lembrou que Zambelli, após o ocorrido, seguiu defendendo a legitimidade de seu comportamento, atacando verbalmente as instituições democráticas e “instigando práticas em descompasso com as premissas do Estado democrático de Direito”.

Até o momento, o relator já foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Edson Fachin, Luís Roberto Barroso e Cármen Lúcia.

Contexto
Em vídeo disponível nas redes sociais, um cidadão aparece correndo em direção a uma lanchonete, enquanto Zambelli e alguns homens saem em perseguição a ele.

Mais tarde, a parlamentar, forte aliada do então presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que o homem teria expressado apoio ao então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e em seguida a derrubado. A gravação do incidente mostrou, no entanto, que ela havia tropeçado durante a discussão.

O transporte de armas é proibido em endereços próximos a colégios eleitorais nas 48 horas antes do pleito. Conforme a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o episódio aconteceu a pouco mais de cem metros da seção eleitoral mais próxima.

No final de janeiro, a Procuradoria-Geral da República denunciou a deputada pelos crimes de porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma, além de pedir o pagamento de R$ 100 mil por danos coletivos e o cancelamento definitivo do porte de arma da bolsonarista. O Plenário do STF ainda decidirá sobre a abertura de ação penal. Com informações do Conjur

Leia o voto de Gilmar
Inq. 4.924

Leia mais

É inconsistente o ato do CRM em diligenciar sobre validade de diploma estrangeiro se revalidado

O médico, autor do requerimento à Justiça, formado em uma universidade cubana, sustentou que, mesmo após cumprir os requisitos legais e obter a revalidação...

Sem pagar as custas, autor não revigora pretensão, mesmo que falte intimação sobre fim do processo

Reingressando em matéria decidida em repetitivo do próprio Tribunal de Justiça do Amazonas, decisão do Desembargador João de Jesus Abdala Simões, do TJAM,  reafirmou...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Braskem deve responder por dívida trabalhista de hospital em crise após desastre ambiental

A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) rejeitou o exame de recurso da Braskem S.A. contra sua...

Vítima de acidente de trânsito será indenizada por distribuidora de energia e empresa de engenharia

O Judiciário estadual concedeu a uma vítima de acidente de trânsito o direito de ser indenizada pela Enel Distribuição...

TJ mantém sentença que negou a consumidor ressarcimento por Pix enviado mediante fraude

Magistrado relator destacou que não há como atribuir a responsabilidade pelo ato ilícito à instituição bancária, pois o próprio...

Justiça determina que vizinho cesse imediatamente perturbação da paz e do sossego de mulher grávida

A autora da ação está no oitavo mês de gravidez e alega que o réu teria ultrapassado limites de...