Sessão solene marca Dia Nacional de Luta Contra Violência à Mulher

Sessão solene marca Dia Nacional de Luta Contra Violência à Mulher

Em sessão solene em homenagem ao Dia Nacional de Luta Contra Violência à Mulher, na Câmara dos Deputados, em Brasília, a vice-procuradora-geral da República, Ana Borges Coêlho, destacou o papel do Ministério Público no combate às várias formas que a violência de gênero pode assumir. Também encorajou as vítimas a buscarem ajuda e enalteceu o empenho do Congresso Nacional no enfrentamento ao problema. Como exemplo dessa atuação, ressaltou a alteração legislativa que desvinculou a necessidade de prévia apuração policial ou mesmo de processo judicial para concessão das medidas protetivas de urgência: “Com isso, ganhamos celeridade, resultando em vidas preservadas”, frisou.

Durante a solenidade, que foi realizada na manhã desta terça-feira (10), Ana Borges recordou que a data foi instituída após protestos feito por mulheres em 1980 nas escadarias do Teatro Municipal de São Paulo (SP) contra o aumento dos crimes de gênero em todo o país, bem antes da Lei Maria da Penha e até mesmo da promulgação da atual Constituição Federal. Ela ainda destacou o movimento “Quem ama não mata”, iniciado em 1978, em Belo Horizonte (MG), em resposta a uma série de assassinatos de mulheres.

“Naquelas décadas, era comum se alegar a legítima defesa da honra, mas tal alegação não encontra mais amparo em nossa recente jurisprudência”, pontuou, ao lembrar que o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade do uso da tese em caso de feminicídio ou de agressão à mulher, num julgamento realizado em agosto deste ano. “Muitos ainda se consideram acima das leis e do sagrado direito à vida e à dignidade humana, devidos a mulheres e homens igualmente, segundo a Constituição”, defendeu a vice-PGR.

Aumento da violência – De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública – que reúne informações fornecidas pelas secretarias estaduais da área, pelas polícias civis, militares e federal, além de outras fontes oficiais –, a maioria das vítimas de feminicídio é negra: 61,1% dos casos.

Em 2022, houve aumento exponencial dos crimes de violência à mulher, incluindo o feminicídio, outros homicídios dolosos, agressões em contexto de violência, ameaças, assédio e importunação sexual, além do recente crime tipificado como violência política de gênero. “Os dados revelam apenas uma das facetas da tragédia, pois não se contabilizam crimes não notificados e nem outros adjacentes, como a violência contra filhas, vizinhas, amigas e afins”, ressaltou a vice-PGR.

Ao final de seu discurso, Ana Borges encorajou as vítimas. “Quero dizer a todas as mulheres que não permitam que as pedras da violência as atinjam. Busquem ajuda nas instituições, como o Ministério Público, presente em todo o país”, orientou, completando que a instituição oferece apoio às mulheres vítimas de violência, sobretudo por meio das medidas protetivas de urgência, a fim de preservar a integridade física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral da mulher em situação de violência ou de seus dependentes.

Com informações do MPF

Leia mais

Cobrança de tarifa pelo custo mínimo de serviços de água, mesmo sem hidrômetro, é regular

Integra a estrutura de remuneração dos serviços públicos de saneamento básico a cobrança de um custo mínimo necessário para disponibilidade dos serviços, com base...

Banco perde ação contra cliente no Amazonas por cobrar juros acima da média do Banco Central

Caracterizada a relação de consumo e demonstrada a abusividade, é admitida a revisão da taxa de juros em situações excepcionais. Com essa disposição, em ...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

TRF mantém sentença que determinou a suspensão de registro empresarial e a regularização de CPF dos sócios

A 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), de forma unânime, negou a apelação da União...

TJ-SP mantém condenação de homem que desviou 28 toneladas de frutas

A 16ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve, em parte, decisão da Vara...

Criança atropelada por carro de bombeiro será indenizada

A 11ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve decisão da 2ª Vara da...

TJSP aumenta valor de indenização para homens que tiveram imagem associada a crime

A 12ª Câmara de Direito Privado Tribunal de Justiça de São Paulo majorou o valor de indenização a ser...