Sentença é reformada e Apple deve indenizar consumidor por vender iphone sem carregador

Sentença é reformada e Apple deve indenizar consumidor por vender iphone sem carregador

Decisão Colegiada conduzida em voto do Desembargador João de Jesus Abdala Simões, da Terceira Câmara Cível do Tribunal do Amazonas, define que seja ‘patente o desrespeito a direitos consumeristas a prática abusiva de venda casada indireta’ da Apple revelada pela comercialização de Iphone sem o acompanhamento do adaptador de energia. O julgado é de um recurso de apelação no qual se narrou matéria fixada como incontroversa – houve a venda do celular iPhone sem o carregador. A retirada do carregador do comércio pela Apple implica em danos ao consumidor de natureza material e moral. 

O julgamento atendeu a um recurso contra sentença do Juiz Roberto Santos Taketomi, da 2ª Vara Cível de Manaus. Na origem, a sentença entendeu que a Apple, ’em momento algum condicionou a compra do telefone à compra do adaptador, ou a compra deste à aquisição daquele e que os produtos são vendidos separadamente, com informação clara ao consumidor’. 

João Simões, ao ilustrar seus fundamentos, editou que a Apple foi instada pelas autoridades competentes, inclusive por decisões judiciais, a parar de vender aparelho de celular, no Brasil, sem carregador, ante violação a direitos do consumidor. O Desembargador relembra que a Apple, inclusive, sofreu diversas punições pecuniárias por insistir em realizar a venda casada às avessas. 

Nesse contexto, afastou-se qualquer possibilidade de dúvida quanto a prejuízos financeiros que a Apple imponha ao consumidor, após a venda de um celular de alto valor, por obrigar o cliente a comprar item essencial para o funcionamento do aparelho. “Um aparelho celular sem o adaptador de energia é totalmente imprestável”.  O cliente tem que gastar mais para adquirir o produto. Danos materiais configurados, dispôs. 

Quanto aos danos morais, se concluiu pela sua existência na razão de que o consumidor se vê obrigado a gastar mais para comprar um adaptador de energia da mesma marca, configurando-se o ato ilícito do qual decorre ofensas a direitos de personalidade. Não se olvidou do tempo útil que o cliente gasta para resolver o problema criado pela fornecedora. Os danos morais foram fixados fixados em R$ 3 mil.

 

 

Leia mais

Juíza condena Telefônica por inscrição indevida de nome de cliente no Serasa

Havendo a exigida aparência de verdade sobre os fatos descritos pelo consumidor em sua petição inicial, associado  à conduta da empresa que resiste em...

Escola é condenada por negar matrícula de criança autista

O aluno tem direito à matrícula na escola desejada, e a unidade escolar não pode, sob qualquer argumento, negar o acesso de uma criança...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Loja é condenada por discriminação racial e homofóbica contra operador

As Lojas Americanas S.A., atualmente em recuperação judicial, foram condenadas pela Justiça do Trabalho a indenizar um operador de...

Plano de saúde deve fornecer remédio contra câncer ainda que seja off label

As operadoras de planos de saúde não podem recusar o fornecimento de medicação contra câncer com o argumento de...

Candidaturas indígenas aumentam em cidades com terras demarcadas

O número de candidatas e candidatos autodeclarados indígenas cresceu nas últimas eleições municipais, com aumento concentrado em cidades que têm parte...

Parecer sobre Reforma Tributária deve ser apresentado nesta quinta (4)

O Grupo de Trabalho encarregado da regulamentação da Reforma Tributária (PLP 68/24) revelou que o texto finalizado está bem...