O Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu uma petição do senador Randolfe Rodrigues (Red-AP) para que sejam investigados supostos crimes cometidos pelo atual presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), durante uma visita a adolescentes venezuelanas feita pelo presidente em abril do ano passado, na comunidade São Sebastião, no Distrito Federal. Ocorre que, durante uma entrevista a um podcast na última sexta-feira (14), Bolsonaro soltou que “pintou um clima” com meninas de 14 e 15 anos, e que o local era explorado por prática sexual infantil.
“Eu estava em Brasília, na comunidade de São Sebastião, se eu não me engano, em um sábado de moto […] parei a moto em uma esquina, tirei o capacete, e olhei umas menininhas… Três, quatro, bonitas, de 14, 15 anos, arrumadinhas, num sábado, em uma comunidade, e vi que eram meio parecidas. Pintou um clima, voltei. ‘Posso entrar na sua casa?’ Entrei. Tinha umas 15, 20 meninas, sábado de manhã, se arrumando, todas venezuelanas. E eu pergunto: meninas bonitinhas de 14, 15 anos, se arrumando no sábado para quê? Ganhar a vida”, disse Bolsonaro.
As declarações do presidente viralizaram nas redes sociais, causando muitos burburinhos a respeito do caráter do presidente. O senador Randolfe Rodrigues afirmou sentir “nojo” e disse estar indignado com o que ele representa para o Brasil. Randolfe afirma que Bolsonaro não agiu após ter tomado o conhecimento da suposta prática do crime, e pede para que ele também seja investigado por favorecimento da prática ilegal com crianças e adolescentes.
“A confissão do presidente Jair Bolsonaro pode ser enquadrada em diversos tipos penais, o que será mais bem compreendido nas necessárias investigações”, escreveu o senador em petição enviada ao STF.
“O presidente não parece ter acionado o Ministério Público, Federal ou Distrital, a Polícia, Federal ou Civil do Distrito Federal, ou o Conselho Tutelar ao ver adolescentes (e talvez crianças) em situação suspeita de prostituição infantil, podendo ter incorrido no crime de prevaricação, ou, ainda, considerada a sua posição de garante, em todos os crimes ali perpetrados por criminosos”, disse ainda o parlamentar.