Nesta quarta feira, dia 23, realizou-se a reunião do ministro Alexandre de Moraes, do TSE, com os comandantes-gerais de todas as Polícias Militares, em Brasília, conforme anteriormente programado. O tema oficial consistiu no levantamento de um balanço das ações de segurança durante as eleições, e não faltou a discussão de protocolos para os próximos pleitos a ‘sedimentar a ‘parceria’ das forças estaduais com a Justiça Eleitoral. Entretanto, a iniciativa muito incomodou o Palácio do Planalto.
As polícias militares são subordinadas aos governadores dos Estados por expressa previsão constitucional e são forças auxiliares do Exército. Informações chegadas à imprensa firmam que o Palácio do Planalto dá a interpretação de que Moraes fez uma ‘investida’ nas polícias militares no momento em que não se economizaram críticas à politização da Polícia Rodoviária Federal.
Haveria na conduta do Ministro e nessa reunião um interesse em se contrapor à ala bolsonarista da PRF. A interlocução direta de Moraes com os comandantes não foi bem vista na equipe do atual governo, e, teria se firmado sem justificativa plausível, até porque as eleições já findaram e as PM’s não não forças auxiliares do TSE, muito menos se possa admitir uma ‘parceria’. Noutro giro, há os que defenderam a iniciativa e sua realização, sob a justificativa de que tenha sido produto de uma ‘maturidade institucional’.
A reunião de Moraes com os militares findou ocorrendo no dia de hoje, com a ausência de comandantes de três Estados: Rio Grande do Norte, Paraná e Santa Catarina.
Deliberou-se que um grupo de trabalho deve ser criado para avaliar os temas discutidos na reunião e que poderão ser implementados nos próximos pleitos, e inclui a previsão orçamentária para auxílio às policias militares durante atuação nas eleições, auxílio das Guardas Municipais Metropolitanas, dos Corpos de Bombeiros e das Polícias Civis na guarda e depósito das urnas, além de outros procedimentos, como a fiscalização da não utilização de celulares por detector de metais. Neste aspecto, se antecipa que essa última medida possa ser rotulada como ‘constrangedora’ de direitos fundamentais.