Quadrilha presa pela PF no Rio deu prejuízo de R$ 8 milhões ao INSS

Quadrilha presa pela PF no Rio deu prejuízo de R$ 8 milhões ao INSS

A Polícia Federal realizou nesta terça-feira (25), no Rio de Janeiro, a Operação Metamorfose, com a finalidade de desarticular uma quadrilha especializada em praticar fraudes na concessão de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Os criminosos usavam documentos falsificados para retirar os benefícios. Ao todo, 14 pessoas foram presas na ação, entre elas, dois advogados – um homem e uma mulher.

Policiais federais cumpriram 14 dos 19 mandados de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Os dois advogados presos atuavam como procuradores e só realizavam saques de contas que somavam valores superiores a R$ 50 mil. Contas paradas nas agências bancárias com valores menores não eram movimentadas pelo grupo criminoso. A ação da quadrilha deu um prejuízo de R$ 8 milhões aos cofres da Previdência Social. Esse valor poderia ultrapassar os R$ 12 milhões nos próximos meses, caso a fraude continuasse.

O delegado Renato Gentile, titular da da Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários da Polícia Federal, informou também que muitas mulheres estavam envolvidas na quadrilha. Segundo as investigações, elas é que iam às agências bancárias retirar os benefícios, que estavam sempre em nome de pessoas do sexo feminino, usando identidades e cartões magnéticos falsos, de pessoas fictícias ou já falecidas. “As investigações começaram em 2021 e as pensões continuavam sendo pagas mês a mês nessas contas fraudulentas”, disse.

Gentile não divulgou mais informações porque as investigações ainda estão em andamento. “Mas esses valores continuavam sendo depositados  nas agências bancárias em contas de pessoas  inexistentes ou já falecidas.”. A lei determina que os cartórios são obrigados a informar ao INSS imediatamente assim que o atestado de óbito for liberado para o enterro.

A ação foi realizada em Niterói, na região metropolitana, Nilópolis, na Baixada Fluminense e em Barros Filho e Sepetiba, na capital fluminense, onde atuava a maior parte da quadrilha. Com o grupo, a PF apreendeu três pistolas automáticas e uma carabina, além de muitos telefones celulares, que serão periciados pela polícia técnica.

O grupo criminoso operava mediante a realização de requerimentos de benefícios previdenciários em nome de pessoas “fictícias”, além da reativação de benefícios que tinham como titular pessoas já falecidas. Para tanto, a quadrilha anexava junto aos processos farta documentação falsificada. A quadrilha conseguia sucesso nos crimes por conta da atuação de seus integrantes, que se habilitavam como procuradores e faziam requerimentos na condição de representantes legais desses beneficiários “inexistentes”.

Uma vez concedido o benefício, os procuradores abriam contas em agências bancárias, providenciavam os saques dos valores e retiravam o cartão magnético para saques futuros. Além de atuarem como procuradores de pessoas “fictícias”, os criminosos se apresentavam junto ao INSS como se fossem outra pessoa, visto que alguns integrantes da quadrilha forjavam a própria carteira de identidade, principalmente mulheres.

Os criminosos responderão pelos crimes de organização criminosa, estelionato previdenciário, falsidade ideológica, falsificação de documentos públicos e uso de documentos falsos. Se somadas, as penas podem chegar a 31 anos e oito meses de reclusão.

Ação

As investigações contaram com apoio do Núcleo de Inteligência do Ministério da Previdência Social/RJ e da Centralizadora de Prevenção a Fraudes da Caixa. Foram fraudados os benefícios do tipo pensão por morte e Benefício de Prestação Continuada ao Idoso Hipossuficiente (BPC-Loas).

O nome escolhido da operação se deu pelo modo de atuação da quadrilha, que buscava “transformar” a identidade dos criminosos para obter benefícios fraudulentos, como uma espécie de metamorfose, que deriva do grego metamorphosis e significa transformação.

Com informações da Agência Brasil

Leia mais

Moraes confirma decisão do Amazonas que excepciona limite de Idade para cargo público

As limitações de idade previstas na Lei 3.498/2010, do Amazonas, que restringiam o ingresso na Polícia Militar (PMAM) de candidatos com até 28 anos,...

Cobrança por desvio de energia impõe regras; o ato por si não gera dano moral, fixa Justiça

É inexigível a cobrança de recuperação de consumo fundada em inspeção unilateral, sem a entrega do Termo de Ocorrência e Inspeção (TOI) e sem...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Investigação do MPAM que apura superfaturamento de veiculos de viatura é prorrogado no Amazonas

O Ministério Público do Amazonas, com ato do Promotor de Justiça Hilton Serra Viana, prorrogou, por mais um ano,...

PGJ/AM institui grupo de trabalho para acompanhar qualidade do ar no Amazonas

Ato do Ministério Público do Amazonas cria projeto para o monitoramenteo da qualidade do ar.  Segundo a publicação constante...

STJ confirma que não cabe condenação em honorários de site que forneceu dados sem resistência

Em um caso no qual a plataforma de comércio eletrônico cumpriu prontamente a liminar da Justiça e apresentou os...

Vida é intocável desde a concepção; Câmara aprova proposta que combate o aborto legal

A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania da Câmara dos Deputados aprovou na  quarta-feira (27), por 35...