Por não saber que o preço do carro era maior do que o da carta, consorciado será indenizado

Por não saber que o preço do carro era maior do que o da carta, consorciado será indenizado

Por entender que um consórcio adquirido na Mavel-Manaus Veículos Ltda, sob a administração do Consórcio Nacional Volkswagen, não cumpriu o dever de informação ao consumidor, como determina a lei, o juízo da 2ª Vara Cível dispôs pela anulação da adesão do autor ao grupo de consorciados porque, quando sorteado, após 16 meses de pagamento, o veículo não pode ser entregue na razão de que o automóvel foi cotado em valor superior ao da carta de crédito. A sentença editada pelo juiz Diego Martinez Cantoario tramita na Corte de Justiça do Amazonas, através de apelação na qual as empresas pedem a reforma da decisão. 

Na sentença, o juiz reconheceu a nulidade do negócio efetuado entre as partes e determinou a devolução dos valores pagos pelo autor, na forma simples, concluindo, também, que houve danos a direitos de personalidade que mereciam reparos e condenou as empresas no importe de R$ 4 mil pelos prejuízos morais sofridos. Considerou-se que o autor sofreu desgaste demasiado com a frustração do negócio. 

Como explicado na decisão, o autor sentiu a necessidade de comprar um carro e, ao comparecer a Mavel foi informado de que não lhe era possível um financiamento ante a baixa renda que dispunha. O vendedor orientou que contratasse um serviço de consórcio da Volkswagen e que receberia uma carta de crédito correspondente ao automóvel pretendido. 

Depois do 16º mês, pagando regularmente, o autor foi sorteado, mas não pode receber o automóvel porque sua carta de crédito registrava valor menor do que o do veículo. Por informação do vendedor, o autor alterou as condições de seu contrato inicial, de modo que o valor da carta cobrisse o do automóvel. Porém, o serviço de crédito recusou e as mensalidades continuaram a ser cobradas.

O juiz não acolheu as alegações do consórcio, consistentes em que o carro não foi entregue apenas porque o consorciado não preenchia os requisitos de elegibilidade para a entrega do automóvel e que o plano mais leve foi uma escolha do cliente.

Para a decisão restou claro que o cliente foi cooptado pelo vendedor usando da astúcia de que sabia do interesse do cliente na compra de um carro e que o consumidor não foi informado de que estava adquirindo um consórcio com valor menor do que o do preço do Fox, o automóvel  objeto do consórcio. As empresas discordam dos fundamentos da sentença e pediram sua reforma. Os recursos seguem em apreciação na Corte de Justiça. 

Processo nº 0617483-81.2015.8.04.0001

 

Leia mais

Em eleição virtual, membros do MPAM definem lista tríplice

Após oito horas de votação via sistema Votus, a Comissão Especial Eleitoral do Ministério Público do Estado Amazonas (MPAM) anunciou, na tarde desta segunda-feira...

Promotora Leda Mara Albuquerque é a mais votada para disputar a chefia do MPAM

 O Ministério Público do Amazonas deu por encerrada a votação para o processo de escolha do novo Procurador-Geral de Justiça. A votação se iniciou...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Barroso diz que há politização indevida sobre suspensão do X

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, disse nesta segunda-feira (2) que há "politização indevida"...

Starlink entra com novo recurso no STF para derrubar decisão de Moraes

A Starlink entrou com novo recurso no Supremo Tribunal Federal (STF) para derrubar a decisão do ministro Alexandre de...

Juiz eleitoral impugna candidatura de Pezão à prefeitura de Piraí

A Justiça Eleitoral do Rio impugnou a candidatura de Luiz Fernando Pezão, ex-governador, para concorrer à prefeitura de Piraí, no sul...

Cármen Lúcia fala em resistir contra autoritarismos e retrocesso civilO

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), lançou nesta segunda-feira (2), no Rio de Janeiro, o livro Direito...