Policial militar vira réu e é preso por morte de quatro pessoas em pizzaria de Porto Alegre-RS

Policial militar vira réu e é preso por morte de quatro pessoas em pizzaria de Porto Alegre-RS

A Juíza de Direito Lourdes Helena Pacheco da Silva, da 2ª Vara do Júri do Foro Central de Porto Alegre, determinou a prisão preventiva do policial militar Andersen Zanuni Moreira dos Santos, acusado de matar quatro homens a tiros na madrugada de 13/6, dentro de uma pizzaria, na zona norte de Porto Alegre.

A magistrada alegou a necessidade de garantir a ordem pública, já que o fato é considerado grave, cometido por policial militar fora do exercício da função, com uso da arma funcional e de grande violência e crueldade. Na decisão, ela também afirmou que o denunciado seguia exercendo a função pública e sabe onde moravam as testemunhas e a vítima.

A Juíza aceitou a denúncia do Ministério Público, que acusou o PM por homicídio e vias de fato. Conforme a acusação, antes de matar a tiros quatro pessoas dentro da pizzaria, ele teria dado três tapas nas costas de outra vítima dentro de uma residência onde ocorria uma festa.

A denúncia se baseia em laudos de necropsia, certidões de óbito, imagens de câmeras da pizzaria e em depoimentos.

Para a magistrada, o argumento do acusado na fase policial, de legítima defesa, não ficou demonstrada de forma suficiente. Na decisão ela descreve que o fato de uma das vítimas ter sido atingida por uma bala na mão, seria um indício de que estaria tentando se defender dos disparos. Isto colocaria em dúvida a tese de legítima defesa.

O Juízo não pode deixar de receber a denúncia quando a legítima defesa, descrita no bojo da investigação, não é a única versão trazida pelos elementos informativos colhidos no inquérito policial. A excludente de ilicitude, para ser acolhida, ainda nesta fase, deve ser incontrovérsia, amparada na completude dos elementos constantes dos autos da investigação. Não é esse o caso deste feito, em que a solução de acolhimento da tese de legítima defesa se mostraria por demais prematura, já que a descriminante deverá ser melhor analisada sob a peneira da produção da prova judicializada. Ou seja, deve-se ampliar a discussão acerca da alegada legítima defesa e seus requisitos para além do inquérito policial, dirimindo-se as versões existentes através da dilação probatória pelas partes.

Após o denunciado ser citado, ele apresentará resposta à acusação. Só depois a audiência será designada.

Fonte: Asscom TJRS

Leia mais

Condomínios contestam cobranças irregulares da Amazonas Energia por iluminação pública Interna

Os condomínios de Manaus estão enfrentando um impasse jurídico com a concessionária de energia elétrica Amazonas Energia, que vem realizando cobranças relacionadas à iluminação...

Juros de mora devem ser aplicados desde o dia do ilícito no caso de danos civis extracontratuais

A Primeira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) determinou, por meio de decisão relatada pela Desembargadora Maria das Graças Pessoa Figueiredo,...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Condomínios contestam cobranças irregulares da Amazonas Energia por iluminação pública Interna

Os condomínios de Manaus estão enfrentando um impasse jurídico com a concessionária de energia elétrica Amazonas Energia, que vem...

Banco é responsabilizado por golpe de Leilão falso realizado por Pix

Decisão judicial reconhece falha na aplicação do Mecanismo Especial de Devolução (MED) e reforma parcialmente sentença em recurso inominado. A...

Justiça diz ser inviável suspender descontos no caso de golpe de pix não esclarecido

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) decidiu manter a decisão que negou o pedido de suspensão...

Pensão por Morte é concedida a mulher que matou companheiro em situação de violência doméstica

A Justiça Federal concedeu o benefício de pensão por morte a uma mulher, que era vítima de violência doméstica...