Polícia Federal adota medidas para facilitar regularização migratória de refugiados no Amapá

Polícia Federal adota medidas para facilitar regularização migratória de refugiados no Amapá

Em atendimento a recomendação do Ministério Público Federal (MPF), a Superintendência da Polícia Federal (PF) no Amapá adotou providências para a regularização migratória de refugiados no estado, em decorrência da grave crise humanitária nos seus países de origem. Na recomendação, o MPF pediu autorização excepcional, por meio de ato normativo, para que o controle migratório por via terrestre também possa ser feito na capital amapaense, desobrigando refugiados a retornarem à fronteira para regularizar a situação. O ato normativo já foi expedido pela PF.

No Estado do Amapá, existem três tipos de fronteira: terrestre, marítima e aérea. A fronteira terrestre, que tem o maior fluxo, é fiscalizada pela Delegacia da PF na cidade de Oiapoque. Já as fronteiras marítima e aérea são fiscalizadas pela Delegacia de Migração e Passaporte (Delemig), situada na capital do estado, Macapá.

Por falta de atribuição, ao receber pedidos de refúgio na capital, a Delemig orienta os refugiados a se deslocarem até Oiapoque para regularizar a situação migratória. Segundo reforçou o MPF na recomendação, a distância entre os municípios é de mais de 500 km, por estradas de difícil acesso, colocando em diversos riscos os refugiados, que já estão em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

Para o MPF, a entrada irregular no Brasil não impede o estrangeiro de solicitar refúgio às autoridades competentes. Além disso, o retorno para a fronteira pode significar a volta ao território onde a vida e a dignidade do refugiado esteja sob ameaça.

Com o objetivo de facilitar o acolhimento aos refugiados, cumprindo convenções internacionais e legislações nacionais, o MPF recomendou que a Superintendência Regional da Polícia Federal editasse ato normativo que permita excepcionalmente à Delemig emitir o termo de notificação também a refugiados que entrarem no país pela fronteira terrestre, no Oiapoque. A PF acatou a recomendação e expediu o ato normativo.

Com o termo de notificação em mãos, os refugiados têm o prazo de 60 dias para protocolar a solicitação de refúgio, com a realização de trâmites administrativos, na unidade da PF mais próxima de onde pretendem morar. Esse procedimento diminui eventuais tumultos e morosidade na fronteira, já que a maioria dos estrangeiros que entram pelo Amapá relata a intenção de fixar residência nas regiões Sul e Sudeste do país.

A recomendação do MPF é decorrente de procedimento administrativo instaurado em 2022 para acompanhar a política migratória no Amapá. Desde então, foram realizadas diversas reuniões e solicitações às autoridades competentes e organismos internacionais, como a Agência da ONU para Refugiados (Acnur), sobre a regularização migratória dos refugiados e pela garantia de seus direitos. A procuradora da República Sarah Cavalcanti, que assina o documento, ressalta que o MPF tem “importante papel articulador, facilitando a coordenação e o diálogo entre os responsáveis pela execução das políticas públicas”.

Procedimento 1.12.000.001111/2022-81

Com informações do MPF

Leia mais

PGE-AM divulga o resultado provisório da décima seleção do Programa de Residência Jurídica

A Procuradoria Geral do Estado (PGE-AM), por meio da Escola Superior de Advocacia Pública (Esap), divulgou o resultado provisório do X Exame de Seleção...

DPE começa agendar atendimentos a consumidores com problemas relacionados às contas d’água e luz

A Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM) está agendamento aberto para 120 vagas para atendimentos do “Mutirão do Consumidor” que será realizado no...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Sistema de informação do governo fica indisponível; PF é acionada

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), informou nesta quarta-feira (24) que o Sistema Eletrônico...

Moraes autoriza nova investigação da PF contra Carla Zambelli

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quarta-feira (24) a abertura de nova investigação...

TJ-RJ tem plataforma online de resolução de conflitos com uso de IA

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro lançou a primeira plataforma institucional de resolução online de conflitos de...

Conta roubada gera dever de indenizar por parte de plataforma

A plataforma Facebook foi condenada a restabelecer a conta de uma usuária, bem como proceder ao pagamento de indenização...