Em pronunciamento nesta terça-feira (18), o senador Plínio Valério (PSDB-AM) lamentou as condições precárias de vida da população indígena que vive na periferia de Manaus e criticou a “hipocrisia” das organizações não governamentais. Segundo ele, a capital amazonense abriga entre 30 mil e 35 mil pessoas que não estão em condições de sobreviver em terras demarcadas.
— Trata-se de um contraste entre a visão idílica que se divulga, inclusive no exterior, sugerindo que os índios brasileiros estão muito satisfeitos e felizes nas reservas e aldeias. É completamente o contrário — ressalvou.
Plínio mencionou um ato de protesto de indígenas que, recentemente, bloquearam os dois sentidos da rodovia BR-174 (que liga o Amazonas a Roraima), na periferia de Manaus, para denunciar as “condições sub-humanas” a que são submetidos e solicitar a quebra da reintegração de posse da comunidade que habitam. Na avaliação do senador, além da moradia digna, os indígenas demandam integração à vida econômica nacional.
— Os índios que vivem na periferia de grandes cidades brasileiras, como é o caso de Manaus, estão, na verdade, procurando integrar-se ao que consideram ser o futuro do país: não querem virar peças de museu voltadas para o público externo, mas participar da economia.
Plínio Valério salientou que, diferentemente do discurso das entidades internacionais, os indígenas não querem viver em isolamento nem subsistir “do que cai das árvores”. Ele ressaltou o vínculo entre pobreza e risco ambiental, citando estatísticas sobre a miséria do povo do Amazonas: segundo o senador, 43% das crianças e adolescentes do estado vivem em domicílios com renda per capita insuficiente para comprar uma cesta básica.
Fonte: Agência Senado