As mil e uma informações da Abin e do GSI, respectivamente a Agência Brasileira de Informações e o Gabinete de Serviços Institucionais, na era Bolsonaro no Palácio do Planalto, não foram suficientes para que o ex-Presidente da República viesse a adotar uma posição de estadista sobre a grave crise sanitária que se instaurou com a Covid-19, informa o Jornal Folha de São Paulo, por meio de coleta de documentos a que teve acesso.
Segundo o que o Jornal apurou, agentes de inteligência do Governo Jair Bolsonaro elaboraram mais de mil relatórios sobre a pandemia, projetando aumento no número de casos e mortes no Brasil. Em sentido inverso, o presidente boicotava medidas de combate à pandemia e de busca por métodos de combate à doença por vacinas.
As informações oficiais teriam sido elaborados por agentes do Governo, tanto da ABIN quanto do GSI, com levantamento de estudos que desaconselhavam o uso da cloroquina, com alertas sobre a possibilidade de colapso.
Um dos alertas recebidos pelo ex-Presidente da República se referiu a informações sobre a falta de oxigênio no Amazonas, além do risco de a crise se repetir em outras regiões. Bolsonaro disse, na época, que o governo ‘foi além daquilo que somos obrigados à fazer’, na crise do Estado.
O que ocorrerá com o ex-Presidente, a partir dessas informações?
Até então, o ex-Presidente ainda é instado sobre a crise da Covid 19 no Brasil e no Amazonas. Recentemente, o Ministro Gilmar Mendes, do STF, anulou uma decisão da Justiça Federal, que havia arquivado parte de uma investigação sobre irregularidades cometidas pelo ex-presidente na pandemia. O Ministro, na mesma decisão, determinou a retomada da investigação das omissões de Bolsonaro durante o transcurso da pandemia da Covid-19.
A apuração cuidava de verificar suspeitas da prática de crimes como epidemia com resultado morte, emprego irregular de verbas públicas, prevaricação e comunicação falsa de crime.