A Polícia Federal (PF) mudou de entendimento e indiciou o empresário Roberto Mantovani Filho, sua esposa e o genro sob suspeita de hostilizar o ministro do STF Alexandre de Moraes e seus familiares no aeroporto de Roma, em julho de 2023. Inicialmente, o delegado Hiroshi de Araújo Sakaki encerrou a investigação sem indiciamento, argumentando que o crime de injúria real tem pena máxima de dois anos, o que impediria o indiciamento. A injúria real envolve o “emprego de violência ou vias de fato” para ofender alguém.
A PGR discordou, apontando atos de hostilidade considerável e solicitando a continuidade das investigações. A Procuradoria argumentou que as ofensas contra Moraes justificavam a aplicação extraterritorial da lei penal brasileira, permitindo o indiciamento. O ministro Dias Toffoli ordenou a continuidade do caso, levando o delegado Sakaki a pedir para que o caso fosse transferido.
O delegado Thiago Severo de Rezende assumiu a investigação e indiciou Mantovani por calúnia e injúria. Rezende argumentou que, ao aplicar o agravante de ofensa a funcionário público, a pena máxima da calúnia ultrapassa dois anos, permitindo o indiciamento. Mantovani foi indiciado também por injúria com violência, devido a um tapa no filho de Moraes. A esposa de Mantovani, Andreia Munarão, e o genro, Alex Bignotto, também foram indiciados.