Pensão de Militar deve ser mantida entre a ex-cônjuge e a companheira, diz STJ

Pensão de Militar deve ser mantida entre a ex-cônjuge e a companheira, diz STJ

A essência da união estável está na circunstância de um casal viver ao modo de casado, fincando-se uma relação de casamento, admitindo-se que a companheira, tendo comprovado, por meio de provas documental, com a certidão de nascimento dos filhos comuns, além de prova testemunhal, de que tenha convivido com o servidor por mais de 23 anos, convivência cessada apenas com a morte do funcionário, seja a mesma beneficiária da pensão do militar. A deliberação se encontra no recurso especial de nº 2047549/Rondônia, em que foi Relator o Ministro Herman Benjamim, do Superior Tribunal de Justiça. 

No Juízo Federal, de 1ª instância, a autora, J.J.S, ingressou com ação ordinária, objetivando o recebimento de cota da pensão especial, em razão da morte do servidor militar e companheiro, então falecido. Ocorre que, o servidor também teria vivido em matrimônio, com a cônjuge que contestou a ação. O tema levou ao debate da (im)possibilidade da coexistência de duas entidades familiares, inclusive o exame da configuração da bigamia, não admitida no direito brasileiro. 

Foi definido que, no texto constitucional o matrimônio ocupação superior à da união estável, porém, nem por isso pode se negar a existência da união estável na razão de um detalhe formalista, além de que seja relevante o fato da companheira pleitear a assistência da prestação pecuniária, prevista inclusive por meio de relação jurídica previdenciária. No caso, se determinou que o benefício da pensão por morte fosse repartido igualmente entre as postulantes dependentes.

A causa foi encaminhada ao STJ, por meio de Recurso Especial, onde este não restou conhecido. O Ministro reproduziu julgado do Tribunal de origem que registrou: “Destarte, acertada a sentença ao condenar a União a inscrever a autora como beneficiária da pensão postulada na inicial, em meação com a 2ª ré, ex-esposa do de cujus, uma vez que restou provada à exaustão a relação de companheirismo, bem como a dependência econômica, a qual é presumida entre cônjuges e companheiros, conforme precedente jurisprudenciais. Ademais, não há óbice para que a viúva e a esposa, economicamente dependentes do segurado, repartam a pensão pela sua morte”.

Agravo em Recurso Especial nº 2047549-RO/STJ

Leia mais

Uso indevido do direito ao silêncio na pronúncia é ato natimorto, declara TJAM

O réu, no processo penal, tem o direito de não produzir provas contra si mesmo, e o exercício desse direito é externado por meio...

BR-319: Governo autoriza pavimentação do Lote Charlie, mas trecho central depende do TRF1

Nesta semana, o Governo Federal autorizou as obras de pavimentação do Lote Charlie (Trecho C) da BR-319/AM/RO. Foi emitida uma ordem de serviço para...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Sem pedido do militar para responder à acusação, nulidade preclui, reitera STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) negou um agravo regimental em habeas corpus relacionado a um caso de uso de...

Júri pode autorizar prisão imediata do réu após condenação, sem exceções

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que a soberania das decisões do Tribunal do Júri (ou júri popular), prevista...

Uso indevido do direito ao silêncio na pronúncia é ato natimorto, declara TJAM

O réu, no processo penal, tem o direito de não produzir provas contra si mesmo, e o exercício desse...

AGU obtém bloqueio de R$ 34,5 milhões de fazendeiro que desmatou unidade de conservação no Pará

A Advocacia-Geral da União (AGU) obteve, no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), o bloqueio de bens no...