Receitas menores do que as despesas e o alto volume de défits consecutivos até o ano de 2026, com risco de endividamento maior nos próximos anos ante a ampliação da inflação e juros mais altos, associado à desmotivação de investimentos e redução do crescimento econômico é o que preveem os economistas com a política de benefícios sociais que implica na exclusão de quase R$ 200 bilhões do teto de gastos, com a denominada ‘PEC da Transição’ do governo eleito.
A equipe de transição, capitaneada por Geraldo Alckmin entregou oficialmente a proposta da equipe de Lula que retira da regra fiscal que abre espaço no Orçamento de 2023 para dar concretude às promessas de campanha de Luiz Inácio Lula da Silva. Além de prever o Bolsa Família- antigo Auxílio Brasil- fora do teto de gastos de forma permanente, o formato escolhido para a PEC terá outras exceções, uma delas que permite um gasto de R$ 22,9 bilhões acima da regra fiscal. Somente o Bolsa Família tem um custo de 175 bilhões de Reais ao ano.
No Egito, na Cop 17, conferência climática da ONU, Lula ainda declarou que “vai aumentar o dólar, cair a Bolsa? Paciência’, não aceitando sugestões que viabilizasse alguma mudança nos contornos que estão sendo seguidos. Lula declarou que ‘não adianta ficar pensando em dado fiscal, mas em responsabilidade social’, e definiu o quadro que será implantado.
Lula também declarou que não adianta ficar discutindo o teto de gastos, dispositivo constitucional que proíbe o crescimento das despesas acima da inflação no ano anterior. Logo após as falas, houve impacto no mercado. Para analistas, o endividamento do Brasil deverá, a permanecer esse quadro, a se aproximar de 100% do produto interno bruto até o fim do mandado do governo a ser instaurado a partir de janeiro de 2023. Critica-se, desde então, a falta de transparência quanto à origem dos recursos que impactarão a economia.