TJSC mantém preso motorista acusado de causar 2 mortes no trânsito sob efeito de álcool

TJSC mantém preso motorista acusado de causar 2 mortes no trânsito sob efeito de álcool

A Justiça negou pedido de habeas corpus apresentado pela defesa de um motorista preso preventivamente após provocar acidente que causou duas mortes e feriu gravemente uma terceira pessoa. A decisão partiu da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina, em HC sob relatoria do desembargador Paulo Roberto Sartorato.

O habeas corpus foi apresentado para contestar a prisão preventiva decretada pela Vara Única da comarca de Pinhalzinho. A defesa alega que o decreto constritivo não preenche os requisitos necessários e que o motorista é primário, tem residência fixa e ocupação lícita, o que tornaria suficiente a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão.

O relator, em seu voto, destaca que a discussão está restrita a legalidade ou não da decisão que resultou na prisão preventiva do motorista, por se tratar de um habeas corpus, remédio constitucional de natureza excepcionalíssima. De acordo com os autos, o motorista foi preso em flagrante e denunciado pelo crime de homicídio simples (duas vezes consumado e uma vez tentado), além do delito de embriaguez ao volante.

De acordo com Sartorato, para a decretação dessa espécie de prisão provisória, exige-se a presença de pressupostos (fumus boni juris ou fumus comissi delicti) e fundamentos (periculum in mora ou periculum libertatis) que a motivem. A materialidade do crime de trânsito está comprovada através da prova pericial, pois o exame de bafômetro constatou o consumo de bebida alcoólica, assim como os crimes contra a vida, com duas vítimas fatais e uma sobrevivente.

“Deste modo, para este momento processual, o cenário é mais do que suficiente para se afirmar que há prova da materialidade e indício suficiente de autoria tanto do crime de embriaguez ao volante quando dos crimes de homicídios imputados pela autoridade policial ao conduzido”, relatou. Em relação aos fundamentos (periculum in mora), tem-se a garantia da ordem pública, para evitar que o motorista cometa novos crimes, ou ainda, quando o crime praticado tenha abalado a ordem pública. “No presente caso se faz sim necessário garantir a ordem pública, que certamente restou abalada em razão do acontecido”, concluiu.

Por fim, o relator registra que residência fixa, trabalho lícito, presunção de inocência e ausência de antecedentes criminais não impedem a decretação da prisão preventiva, e declara não haver ilegalidade ou deficiência de fundamentação na decisão de primeiro grau, baseada em elementos fático-jurídicos idôneos, que justificaram a prisão preventiva

 

Fonte: Ascom TJSC

Leia mais

Exigir da defesa prova de falha do Estado por ausência do réu preso em audiência é prova diabólica, diz STJ

Corte manteve decisão proferida em revisão criminal pelo TJAM que anulou ação penal a partir da audiência de instrução, ao reconhecer falha estatal na...

Águas de Manaus falha, cobra de quem não deve e é condenada a pagar danos morais

Juiz Manuel Amaro de Lima, da Vara Cível, declara inexistente débito de R$ 14,5 mil e condena concessionária a pagar R$ 5 mil a...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Jornada exaustiva compromete convívio familiar e TRT/MT reconhece dano existencial a motorista

Submetido a jornadas de até 15 horas e com apenas três dias de folga a cada 60 trabalhados, um...

Seguradora deve indenizar morador que teve a residência inundada por conta das chuvas

Uma seguradora foi condenada a pagar indenização por danos materiais e morais a um morador que teve a casa...

Companhia aérea deve indenizar passageira em R$ 4 mil por atraso de voo internacional

Uma companhia aérea foi condenada a indenizar uma passageira em R$ 4 mil, a título de danos morais, em...

Comissão aprova projeto para permitir vacinação sem documentos de identificação

A Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que permite a aplicação de vacinas do...