MPRJ instaura procedimento para investigar contratos da UERJ que custaram mais de R$ 750 milhões

MPRJ instaura procedimento para investigar contratos da UERJ que custaram mais de R$ 750 milhões

A 2ª Promotoria de Investigação Penal Especializada da Capital (PIP) instaurou, nesta sexta-feira (02/06), um Procedimento Investigatório Criminal (PIC) para apurar a legalidade de 21 contratos firmados entre a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e diversas secretarias e fundações vinculadas ao Governo do Rio, com o intuito de promover projetos de extensão universitária. Esses acordos, celebrados nos anos de 2021 e 2022, custaram mais de R$750 milhões aos cofres da universidade.

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) quer identificar, a partir de documentação encaminhada pela Reitoria da UERJ a pedido da Promotoria de Justiça, o montante bruto de recursos financeiros destinados à universidade para a consecução dos contratos, a comprovação efetiva dos serviços prestados, os beneficiários finais, entre outros aspectos. Para isso, foi solicitado ao Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE/MPRJ) a análise das folhas de pagamento referentes aos 21 contratos. A 2ª PIP analisará também a economicidade das transações entre a universidade e órgãos do Estado, qual método de controle a UERJ utilizou para fiscalizar a aplicação dessas verbas internamente e se houve, no processo de contratação dos prestadores de serviço, a adoção de critérios técnicos.

O MPRJ providenciará também, com o apoio da Delegacia Fazendária (Delfaz), a oitiva dos coordenadores dos projetos de extensão universitária. As informações dessas declarações serão cruzadas pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ), que apontará se há indícios de corrupção e/ou lavagem de dinheiro pelos investigados.

Ação ajuizada como desdobramento das investigações

Também em relação a contratos da UERJ, no dia 29 de março deste ano, o MPRJ requereu à Justiça medidas cautelares contra 15 pessoas acusadas de desviarem R$ 1.378.980,94 em contratos destinados a projetos de inovação, pesquisas, ensino e extensão. A ação penal cautelar, proposta pela 2ª PIP e ainda não analisada pela Justiça, também requisita a instauração de inquérito policial pela Delfaz para apurar se houve crime de peculato praticado pelos acusados. A ação requer, ainda, informações sobre auditorias da universidade junto ao Tribunal de Contas do Estado (TCE/RJ).

O documento encaminhado à Justiça destaca a atuação de servidor da universidade que se valeu do cargo e do poder de gerir recursos da instituição, para promover uma ação coordenada entre parentes e amigos para desviar dinheiro público, causando enorme prejuízo ao erário. Entre os requerimentos feitos ao Judiciário estão o afastamento de função pública e indisponibilidade de bens.

As apurações que resultaram na atual instauração do PIC e as que sustentam a ação ajuizada em março foram deflagradas a partir de um Procedimento Preliminar de Investigação instaurado pela 2ª Promotoria de Justiça de Investigação Penal Especializada da Capital, em 18 de dezembro de 2022, quando a Reitoria da universidade foi oficiada para prestar esclarecimentos e encaminhar documentos. As diligências e análises realizadas a partir do material recebido sustentam a base probatória dos procedimentos adotados. O material também foi compartilhado com o Ministério Público Eleitoral e a Polícia Federal para análises que competem às suas atribuições.

Com informações do MPRJ

Leia mais

Incêndio na OAB em Brasília não prejudicará aplicação da prova da OAB neste domingo (28)

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) confirmou que a prova objetiva do 41º Exame de Ordem Unificado, marcada para este...

Justiça determina devolução de multa indevida e indenização por danos morais em ação contra a Vivo

Decisão proferida pela Juíza Luciana Eire Nasser, do 17º Juizado Cível, aceitou uma reclamação de um consumidor contra a Operadora Vivo. O cliente contestou...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

STJ condena por extorsão homem que ameaçou expor fotos íntimas da ex-namorada

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), por meio da Assessoria de Recursos Constitucionais Criminais (ARC...

Concessão da Light pode não ser renovada após apagões, diz ministro

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse neste sábado (27) que a concessão da distribuição de energia...

Perda de voo ocasionada pelo passageiro não gera dano moral

A Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba rejeitou pedido de indenização por danos morais pleiteado por...

Consumidor será indenizado por larva em chocolate

Um consumidor que encontrou uma larva em um chocolate será indenizado pela empresa Arcor do Brasil LTDA em R$...