De acordo com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), de janeiro a junho de 2021, foram 18 tentativas de suicídio e 11 óbitos, a maioria de jovens de até 20 anos. Só na população de Santa Helena (PR), por exemplo, são 1.821 moradores, tendo 11 tentativas e cinco óbitos, demonstrando a gravidade da situação.
Participantes colocaram a marginalização, discriminação e vulnerabilidade por conta da opressão como fatores que interferem há anos na estrutura psicológica das minorias e no afastamento dos jovens da cultura histórico-familiar. Somado a isso, a realidade atual vai de encontro a vários aspectos culturais dos guaranis, necessitando um trabalho de conscientização sobre uso da internet, redes sociais, restrição de acesso a sites pornográficos e de exposição excessiva que possa causar prejuízo moral, psicológico e até mesmo físico. Presentes ainda destacaram que a pandemia intensificou a desigualdade, faltando alimento, vestuário, estrutura entre outros itens básicos.
Baseado nesses relatos, assistentes sociais pediram intervenção dos órgãos ministeriais para conseguirem orientação e ajuda de como lidar com as diferentes realidades, além de explicitarem a necessidade de produção de um diagnóstico sócio-cultural ou estudos que ajudem no contato e trabalho com essa população.
A procuradora regional dos Direitos do Cidadão no Paraná, Indira Bolsoni Pinheiro, colocou que duas ações civis públicas pedindo providências para situações precárias dos indígenas já foram ajuizadas. A procuradora também irá discutir, junto ao MPPR, as opções de medidas judiciais a serem executadas para mitigar os problemas levantados no encontro.
A reunião contou ainda com representantes das prefeituras locais, da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná, de assistência social, do Conselho Regional de Psicologia e de estudos Indigenistas.
Fonte: Secom/MPF