Em processo sigiloso, o Partido Liberal questiona irregularidades nos gastos de campanha do senador eleito pelo Paraná, Sérgio Moro, do União Brasil. Os detalhes da Aije- Ação de investigação Judicial Eleitoral estão sob sigilo. O que é púbico é que a iniciativa ocorre depois de Moro ter declarado apoio à reeleição de Jair Bolsonaro, do qual Moro foi Ministro. Moro, após o rompimento com Bolsonaro, se reaproximou e participou, inclusive, de debates televisivos no segundo turno da eleição presidencial.
Conquanto a AIJE tenha sido proposta pelo diretório do PL no Paraná, não há como não ficar despercebido que Valdemar Costa Neto, Presidente Nacional do Partido, apoie a iniciativa. A proposta tende a permitir, na estratégia jurídica lançada, de favorecer o segundo lugar em votos pelo Senado no Estado do Paraná, o atual deputado federal Paulo Martins, do PL, que, em número de votos vem na sequência de Moro. Moro obteve 33,82% dos votos, enquanto Martins ficou com 29,12%.
Ficar com a vaga de Moro é, pois o objetivo escancarado da manobra jurídica. Dando certo haverá resultados políticos claros. O TRE do Paraná, no processo de aprovação de contas, havia se manifestado anteriormente e, por duas vezes, Moro foi instado a explicar inconsistências, das quais saiu-se vitorioso. Desta feita, é o PL que vem com o pedido de Investigação contra o ex juiz federal.
A estratégia jurídica do PL é a de cassar, na forma como ocorreu com a Senadora Selma Arruda, do PODE-MT, conhecida como a “Moro de Saias”, e de seus suplentes. A parlamentar foi acusada de Caixa² e abuso de poder econômico na disputa eleitoral de 2018, e foi declarada inelegível. Selma havia pego um empréstimo de um fazendeiro que não havia declarado na época à justiça eleitoral em Mato Grosso. Selma foi titular da 7º Vara Criminal do TJMT, quando ganhou o apelido de ‘Moro de Saias’.