Segue em curso o procedimento instaurado por Alexandre de Moraes, no STF, para apurar a ida do ex-presidente Bolsonaro à Embaixada da Hungria. Antes de decidir sobre sua posição acerca da necessidade de impor a Bolsonaro novas medidas restritivas ou até mesmo sobre decreto de prisão, Moraes ouvirá o Procurador Geral da Repúbica. Parta tanto, solicitou da PGR um parecer sobre a matéria num prazo de cinco dias, que começou a fluir.
A defesa de Bolsonaro argumentou que a visita foi de natureza política e que não havia motivos para temer uma prisão preventiva naquele momento. Tudo ocorreu porque o Jornal The New York Times divulgou que Bolsonaro foi à sede da Embaixada Húngara logo após ter entregue seu passaporte aos Federais, no mês de fevereiro.
De então, a Polícia Federal investiga se Bolsonaro tentou usar de uma manobra diplomática para evitar uma prisão no inquérito relacionado à tentativa de golpe Estado.
A defesa de Bolsonaro já registrou em sua manifestação que essa concepção é ilógica, isso porque o ex-presidente não tem nada a temer.
Até porque dentro do bojo da apuração sobre um atentado à democracia contra o ex-presidente, apenas foi entendido, até então, que Bolsonaro não possa ficar com a posse de seu passaporte, que inclusive foi entregue aos Federais. Logo, não haveria risco de fuga, mormente porque não houve ordem de prisão contra o ex-presidente.
O imbróglio foi criado na razão de que as embaixadas possuem status de território diplomático. Assim, se exige autorização do país representado para que decisões judiciais, inclusive do STF, sejam aplicadas dentro de seus limites.