A PEC da transição, assim conhecida por ser intermediada pela equipe coordenada sob a supervisão de Geraldo Alckmin, do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, encontra barreiras em sua frente, e uma delas preocupa o mercado. Políticos do centrão teriam condicionado votar na proposta mas desde que seja mantido o orçamento secreto. O cerne da preocupação do mercado é que sequer foi anunciado o nome do novo ministro da fazenda e já se abre a possiblidade da abertura de margem para gastos permanentes.
Uma das condições para liberar novos gastos fora do teto é a manutenção do orçamento secreto. Esse orçamento secreto foi muito combatido por Lula e causou aplausos no público externo, mas, internamente, dentro do Congresso Nacional, o tema encontra as mais variadas barreiras e oposições, tudo por causa da emenda do relator no orçamento.
Gastos muito elevados sempre geram preocupação no mercado, porque sempre se indaga quem segurará a pressão por esses gastos que acabam se refletindo na população, com o desembolso de tributos, e já há uma sobrecarga dessa tributação. Se a PEC for aprovada, será o sexto furo no teto de gastos, assim como será furada a regra aprovada em 2016 que limita o crescimento das despesas à variação da inflação.
O Governo de Jair Bolsonaro não deixou previsto no orçamento os gastos, para 2023, com o auxílio brasil, e a preocupação do novo governo a tomar posse é exatamente a de manter o que denominam de Bolsa Família, em R$ 600,00 além de outro auxílio, este de R$ 150 por criança com idade até seis anos. Gastos permanentes sem lastro orçamentário e financeiro. Uma preocupação permanente.