O Conselho Federal de Medicina do Rio de Janeiro determinou a abertura de sindicância para apurar o caso de assédio dentro de um consultório médico na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O caso já havia sido denunciado pela vítima à polícia civil, onde uma paciente acusou o cirurgião plástico José Ricardo Simões de falar sobre suas preferenciais sexuais e questionar suas aventuras fora do casamento. A vítima apresentou um áudio, por ela gravado, onde o médico fala que gosta de se masturbar, ao olhar para uma mulher.
Ontem foi a vez do Conselho Regional de Medicina do Rio, que informou a abertura de sindicância. Segundo o Cremerj, as punições vão desde advertência até a cassação do registro profissional. Na consulta em que o áudio foi gravado, o médico é ouvido pedindo para a paciente virar de costas e diz “que bunda hein?”. Na sequência expõe a frase: “Você é gostosa”.
Em seguida o médico pergunta pelo nome da paciente, sobrenome e continua firmando “que mais gosta de ver do que transar. Gosto demais de… referindo à masturbação. E aquele dia que você veio aqui de sainha, achei um tesão”. Apura-se a prática de assédio à paciente, mas há indícios de importunação sexual, ante os áudios capturados pela paciente e que estão sendo analisados. O crime de assédio exigiria um vínculo hierárquico entre o agente e a vítima.
O crime de importunação sexual está definido no artigo 215-A do Código Penal e a sindicância apurada visa esclarecer, ainda, outras possíveis irregularidades praticadas pelo médico. O Conselho quer saber sobre a conduta do médico com o ato de praticar atos abusivos de natureza sexual contra a paciente e sem sua autorização, com o fim de satisfazer seus propósitos sexuais, ainda que sem a atuação da paciente, o que, se restar comprovado, caberá o chamamento do tipo penal de importunação sexual.