O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, vai confessar ter negociado joias recebidas pelo governo brasileiro a pedido do ex-presidente, segundo seu advogado, Cezar Bitencourt.
A decisão de admitir sua atuação foi revelada pela Veja e confirmada pela Folha.
“Ele confessa que comprou as joias evidentemente a mando do presidente. Comprou e vendeu. ‘Resolva esse negócio e venda’, [teria dito Bolsonaro]”, declarou Bitencourt sobre a venda das joias e relógios.
As joias foram recebidas por Bolsonaro em viagens oficiais e são consideradas bens públicos. Bolsonaro não poderia se apropriar dos itens valiosos, segundo entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU).
O advogado afirmou que Cid entregou a Bolsonaro, em espécie, o dinheiro da venda do Rolex negociado nos Estados Unidos. Ele também afirmou que o militar não se beneficiou com o negócio e que não se lembra do destino dos recursos.
Cid confirmará também a adulteração no certificado de vacinação contra a Covid-19. O militar havia permanecido em silêncio em depoimentos anteriores sobre o assunto à Polícia Federal.
O advogado disse que a confissão não é uma delação e que Cid não receberá benefícios legais em troca das informações.