Ativistas dos direitos das mulheres lésbicas fizeram neste sábado (3) um protesto contra a lesbofobia no centro da cidade do Rio de Janeiro. A manifestação foi realizada em frente ao Museu do Amanhã, onde, no fim de semana passada, uma psicóloga agrediu fisicamente e verbalmente dois funcionários, com palavras homofóbicas e lesbofóbicas.
O ato incluiu discursos e exibição de faixas com dizeres como “Somos mulheres lésbicas na luta” e “Acolhe tua filha sapatão”.
A jornalista Camila Marins, que organizou o protesto, explicou que a manifestação teve por objetivo apoiar as vítimas da agressão da semana anterior e chamar a atenção da sociedade para o problema da lesbofobia.
“Lesbofobia é o ódio contra as mulheres lésbicas. A gente entende que a lesbofobia é da sociedade, mas também do poder público, que não formula políticas públicas específicas para as lésbicas. Há um apagamento das mulheres lésbicas na construção e qualificação das políticas públicas”, afirma a ativista, que é editora da revista Brejeiras, voltada para o público lésbico.
Segundo Camila, as lésbicas passam por grandes dificuldades em situações simples do cotidiano, como a realização de exames preventivos para a saúde feminina em unidades públicas. Além disso, há questões como a própria falta de acolhimento no seio familiar. “[Há situações em que a mulher] sofre lesbofobia dentro de sua própria casa e é expulsa, ou sofre tentativas de estupro ‘corretivo’ dentro de casa”, conta Camila.
A jornalista destaca ainda o risco de lesbocídio, que seria o assassinato de mulheres lésbicas por causa de sua orientação sexual. “Temos um caso emblemático, que é o de Luana Barbosa [assassinada em São Paulo, em 2016], uma mulher negra, periférica, sapatão, barbaramente espancada, vítima da violência policial, em que o Estado brasileiro até hoje não deu retorno para a gente”.
Com informações da Agência Brasil