O recente caso que chegou ao Supremo Tribunal Federal, com o protagonismo do Ministro Alexandre de Moraes, sobre as versões do Senador Marcelo Do Val à despeito das tentativas de golpe de Estado, lideradas por Bolsonaro e Daniel Silveira, são, na realidade, mais uma tentativa de retirar Moraes da frente de casos que preside em investigações sob o comando do Suprema Corte. As versões de Do Val, embora antagônicas, entregaram a senha para essa conclusão, firmam interlocutores do STF.
As versões do senador colocam Moraes no centro da suposta tentativa de golpe, o que interlocutores do STF veem como uma tentativa de afastar o Ministro Alexandre de Moraes de investigações estratégicas e complexas que envolvem o ex-presidente da República, além de seus asseclas políticos.
Em narrativas cheias de contradições, o Senador primeiramente diz que Bolsonaro tentou coagi-lo a realizar uma gravação com Moraes, de que este não seguia as quatro linhas da Constituição em decisões que atingiam diretamente os interesses políticos do ex-presidente. Ao depois, mudou a narrativa e disse que a ideia foi de Daniel Silveira e que Bolsonaro não reagiu. Na polícia Federal, deu outra versão e firmou que Bolsonaro não mostrou contrariedade ao plano golpista de Daniel.
“O plano” segue, agora com Marcelo do Val acusando Moraes de que não foi orientado a formalizar a denúncia, que segundo o ministro não existiu, porque, embora tenha ouvido o Senador, este se recusou a fazer o registro desses fatos, o que é desmentido por Do Val. A estratégia, de fato, firmam especialistas, é afastar Moraes da condução do inquérito dos atos antidemocráticos e das fake news.