O Ministro André Ramos Tavares, ao votar para que os direitos políticos de Jair Bolsonaro sejam suspensos pelo Tribunal Superior Eleitoral, negou à defesa que pudesse prevalecer a tese de que Bolsonaro não disseminou informações falsas sobre as urnas eleitorais. Bolsonaro teria emprestado versões falsificadas em suas falas no encontro com os Embaixadores, em Brasília em julho de 2022, e defendeu que o ex-presidente usou uma estratégia de convencimento do falso, por sua iniciativa e com discursos contra o sistema eleitoral, com uso da máquina pública, com a manipulação de mentiras.
Estratégia eleitoral calcada contra o sistema eleitoral com base em informações falsas, com desvio de finalidade e em conduta grave que não deva ser despercebida pela Justiça Eleitoral, como enumerou o Relator Benedito Gonçalves, com o qual se alinhou em seu voto.
Existência de informação falsa e generalizada que teve a capacidade de comprometer a regularidade do pleito eleitoral. O contexto dos ataques de Jair Bolsonaro à Justiça Eleitoral e às urnas eletrônicas não possam ser ignorados, disse o Ministro. Refutou-se a tese de que a pretensão de Bolsonaro foi melhoramento do sistema eleitoral, como alegado pela defesa. Não se pode confundir essa pretensão com os ataques concretos e infundados contra as urnas eletrônicas como feito pelo ex-presidente. O julgamento foi suspenso.