Sem que julho tenha chegado ao fim e faltando mais que um mês para Lula nomear o próximo Procurador Geral da República, o Presidente acena para um paredão, contra o qual são arremessados nomes de alta qualidade, inclusive, alguns deles, com notória preferência de Ministros do Supremo Tribunal Federal e até com proximidade a eles.
Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, por exemplo, têm interesse, com informações de conversas de bastidores, na nomeação de Paulo Gonet. Gonet é membro do Ministério Público, e atua na Corte Eleitoral. Embora Gonet não esteja entre os três nomes que formam uma lista tríplice elaborada pela Associação de Procuradores, o Presidente não é obrigado a nomear nenhum dos que a integram, pois a lista é meramente sugestiva.
A cada dois anos a ANPR – Associação Nacional dos Procuradores da República, faz uma eleição interna, para definir quem os membros da categoria mais querem na PGR. Os três mais votados este ano, pela ordem foram: Luiza Frischeisen, Marios Bansaglia e José Adonis Callou. Embora a lista tenha data para ser entregue ao Presidente, em encontro que não terá a participação dos eleitos, Lula já acenou que não adotará essa lista.
Lula, por outro lado, também, por informações de bastidores, teria declarado que a escolha de alguém próximo a Gilmar e Moraes poderia fortalecer ainda mais os poderes dos dois Ministros. Então, não há um nome próximo ao Presidente. Se dependesse de Lula, o nomeado seria alguém do tipo bem próximo, como fez na escolha de Cristiano Zanin para o STF.
Ocorre que o processo de escolha para a PGR é diferente. A Constituição determina que essa escolha deva ser entre integrantes da carreira do Ministério Público. Não basta reputação ilibada e notório saber jurídico. Aliados de Lula apostam que Antônio Carlos Bigonha seria uma boa escolha. Bigonha é membro de carreira do MP e é Sub Procurador Geral.
Aras seria uma boa escolha, também revelam conversas de bastidores. Mas tem um problema. O nome do atual Procurador Geral é muito ligado ao do ex-presidente do qual tenta se afastar. Aras tenta, por seu turno, sabendo que não será nomeado, pelo menos influenciar para que o Presidente escolha alguém com o qual tenha proximidade.