Criadores de conteúdo de todo o país participaram, nesta quarta-feira (21), do primeiro dia do evento “Leis e likes: o papel do Judiciário e a influência digital”, promovido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A iniciativa tem a parceria do Redes Cordiais e do Instituto VERO, a fim de proporcionar a troca de experiências e conhecimentos entre personalidades do universo digital e a magistratura.

As 25 influenciadoras e influenciadores fizeram visita guiada dentro do Supremo, tiraram fotos com ministros e acompanharam o início da sessão plenária. Em um segundo momento, o grupo se reuniu no Salão Nobre do STF. A secretária de Comunicação do STF, Mariana Oliveira, contou que o Supremo tem cerca de 100 jornalistas credenciados como setoristas, mas que tem pouca relação com influenciadores digitais, apesar da grande quantidade de menções ao tribunal nas redes. “Por isso, a ideia é trazer vocês para conhecer um pouco do Tribunal e iniciar essa relação”.

A secretária-geral do STF, Aline Osorio, ressaltou a importância da presença dos criadores de conteúdo na Casa. “As ações do Supremo impactam a vida de toda a sociedade. Por isso, é preciso falar a língua das pessoas sem ‘juridiquês’ e tentando explicar as decisões. O STF está de portas abertas”.

Também presente no evento, a juíza-ouvidora do Supremo, Flávia Martins Carvalho, destacou que, diante da revolução das tecnologias, toda a sociedade enfrenta o desafio de comunicar mais e melhor. “O Supremo tem realizado iniciativas como essa para que a gente possa pensar juntas e juntos como podemos nos aproximar da sociedade e caminhar no sentido de um país melhor e de uma democracia cada vez mais forte”, disse a ouvidora.

Em seguida, as influenciadoras e os influenciadores se apresentaram e contaram um pouco de suas trajetórias pessoais e profissionais. Luiza Brunet, que está entre as comunicadoras participantes do evento, falou em nome das mulheres vítimas de violência doméstica e agradeceu ao Tribunal pela iniciativa. “Muitas vezes as mulheres acham que a Justiça não chega até elas. Elas sentem medo e vergonha de entrar numa delegacia, que dirá em um tribunal. Obrigado por darem essa oportunidade para nós mulheres brasileiras”, declarou.

Rodrigo França, primeiro diretor negro de streaming no Brasil pela Netflix, disse que estava feliz por participar do evento. “Quando pensamos com o senso comum, questionamos que justiça é essa que encarcera tantos pretos. No meu caso, que sou negro, esse evento é importante para mostrar que, ao estarmos nesse Tribunal, podemos ter esperança de um comprometimento pela construção de uma sociedade melhor”, pontuou.

O ministro Flávio Dino também compareceu à roda de conversa. Ele explicou brevemente aos participantes sobre o funcionamento do Tribunal e falou da importância da diversidade de pessoas presentes no evento. “São as vozes dissonantes que fazem a vida ser bonita”, declarou.

O primeiro dia do encontro foi concluído com falas dos representantes do Instituto Vero, do grupo Redes Cordiais e da InternetLab. Ester Borges, pesquisadora da organização, fez a apresentação do Guia para Influenciadores nas Eleições, distribuído aos participantes, e falou da influência responsável durante o pleito.