Justiça reforma sentença e condena Riachuelo a indenizar consumidor por venda casada de seguro

Justiça reforma sentença e condena Riachuelo a indenizar consumidor por venda casada de seguro

A Terceira Turma Recursal do Amazonas reformou sentença para condenar a loja Riachuelo ao pagamento de R$ 1 mil por danos morais em razão de prática de venda casada de seguros diversos e cartão de crédito. O acórdão foi relatado pelo juiz Moacir Pereira Batista.

Na ação, a autora alegou que foi forçada a contratar seguros ao abrir um crédito na loja, sem voluntariedade na contratação. Em segundo grau, a sentença foi reformada para incluir a compensação por danos morais, considerando a prática abusiva de venda casada.

“O contrato objeto desta demanda é de natureza de adesão, possui a contratação casada de seguro, o qual apesar de constar em contrato, o requerente não tinha voluntariedade na sua contratação. É incongruente que um “homem médio” nos termos jurídicos busque obtenção de crédito para “socorrer-lhe” financeiramente e, apesar de sua condição de hipossuficiência econômica saia de lá com mais um gasto, qual seja, a contratação de alguns seguros, onerando-se ainda mais”, registrou o relator.

Na decisão, o juiz salientou que as assinaturas das contratações ocorreram no mesmo dia, sendo razoável presumir que foram sucessivas e em ato contínuo, que é condenada pelo Código do Consumidor e caracteriza venda casada. Assim, o prejuízo ao consumidor se presume pela própria circunstância do ato lesivo.

Além disso, registrou que o TEMA 972, do STJ, estabelece que “nos contratos bancários em geral, o consumidor não pode ser compelido a contratar seguro com a instituição financeira ou com seguradora por ela indicada.”

Desta forma, a sentença foi reformada para condenar a Loja ao pagamento de R$ 1 mil por danos morais.

Processo: 06387165620238040001

Leia a ementa:

TJ-AM – Manaus, Relator: Moacir Pereira Batista, Data de Julgamento: 22/07/2024, 3ª Turma Recursal, Data de Publicação: 22/07/2024. RECURSO INOMINADO – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL – DIREITO DO CONSUMIDOR – VENDA CASADA DE SEGUROS DIVERSOS E CARTÃO DE CRÉDITO EM LOJA DE DEPARTAMENTO – IMPOSIÇÃO DE SEGURO AO CONSUMIDOR – RESPONSABILIDADE POR VÍCIO DO SERVIÇO – DANOS MORAIS CARACTERIZADOS – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA – INCLUSÃO DANOS MORAIS – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJ-AM – Recurso Inominado Cível: 06387165620238040001 Manaus, Relator: Moacir Pereira Batista, Data de Julgamento: 22/07/2024, 3ª Turma Recursal, Data de Publicação: 22/07/2024)

Leia mais

Banco que ignora passo obrigatório na busca e apreensão tem processo extinto, decide Justiça do Amazonas

A ausência de comprovação válida da notificação extrajudicial na ação de busca e apreensão movida pelo Banco, impõe que o Judiciário extingua o processo....

Presunção de fraude com base em telas sistêmicas da Amazonas Energia não se sustenta, fixa Justiça

Não se pode presumir a existência de fraude com base apenas na lavratura do Termo de Ocorrência de Irregularidade (TOI) e em telas sistêmicas...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Justiça condena academia por furto de moto em estacionamento

A 15ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) manteve decisão da Comarca de Uberlândia que...

STF reconhece inconstitucionalidade de norma municipal sobre honorários advocatícios questionada pela OAB

Em julgamento da ADPF 1066, proposta pelo Conselho Federal da OAB, os ministros Nunes Marques e Alexandre de Moraes...

TCE-AM reprova contas da Câmara de Maraã e multa ex-presidente em R$ 234,5 mil

Os conselheiros do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) julgaram irregulares as contas de 2022 da Câmara Municipal de...

Trabalhador pego com cocaína durante expediente tem justa causa mantida

O juiz Paulo Emílio Vilhena da Silva, titular da Vara do Trabalho de Lavras/MG, confirmou a dispensa por justa...