Por excesso de prazo, a 10ª Vara Federal de Brasília revogou a prisão preventiva do hacker Walter Delgatti Neto. Ele ficou nacionalmente conhecido por invadir contas de procuradores da “lava jato” e vazar parte dos diálogos que deram origem ao escândalo da “vaza jato”.
Delgatti — que estava em liberdade condicional desde outubro de 2020 — foi preso em junho deste ano por descumprir medidas cautelares, como a proibição de acessar a internet.
Ele afirmou que estaria cuidando das redes sociais e do site da deputada Carla Zambelli (PL-SP) e divulgou um e-mail com chave Pix para arrecadar doações. O hacker também se ausentou dos endereços fornecidos para a Justiça em Araraquara e Ribeirão Preto, no interior paulista.
No pedido de revogação da prisão, a defesa de Delgatti mencionou decisão liminar que lhe daria acesso à internet e justificou que ele se ausentou dos endereços fornecidos à Justiça porque estava em busca de emprego.
Em sua decisão, o juiz Ricardo Augusto Soares Leite apontou que embora a justificativa de buscar emprego em outra localidade possa ser verdadeira, ele insistentemente descumpriu medidas cautelares sem prévia autorização judicial.
“Entretanto, reconheço que o denunciado já passou tempo razoável encarcerado e que a imposição das medidas cautelares perdura por grande lapso temporal, não sendo possível que haja restrição total à sua liberdade de locomoção”, registrou.
Diante disso, o julgador concedeu a liberdade provisória com algumas medidas cautelares, como relatório mensal de suas atividades na internet, detalhamento do local de seu emprego com horário de entrada e saída.
Delgatti também deve usar tornozeleira eletrônica com abrangência no estado de São Paulo, atualizar o endereço e informar à autoridade policial de viagens em que se ausentar da cidade de seu domicilio por prazo superior a 48 horas.
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Com informações do Conjur