Há dois meses um homem de idade, de língua e costumes desconhecidos, foi encontrado morto em sua palhoça, dentro de sua rede de dormir, fato ocorrido no dia 23 de agosto, em Rondônia. O indígena era monitorado pela Fundação Nacional do Indio-Funai, há aproximadamente 26 anos, na Terra Indígena Tanaru. O nome, índio do buraco se refere ao fato de que o indígena cavava buracos nos locais que habitava. Apesar do corpo ter sido encontrado em estado de decomposição, até então, passados dois meses, a Funai ainda não enterrou o indígena. O Ministério Público, defensor dos interesses indígenas, ingressou com uma ação para obrigar a Funai a fazer o sepultamento de Tanaru.
Após o último ataque de fazendeiros ocorrido no final de 1995, o grupo do ‘índio do buraco’ que era de seis pessoas, ficou reduzido apenas ao indígena. Seu corpo foi inicialmente levado para Vilhena, cidade a 50 quilômetros do local onde foi encontrado, no Estado de Rondônia. Houve todo um procedimento da Funai em relação ao fato. O indígena foi primeiramente levado num avião da FAB para Brasília. Na capital federal passou por vários exames de Criminalística. Mas o Ministério Público quer seu enterro, e a Funai ainda insiste em diligências.
Na ação civil pública, contra a FUNAI, o MPF registra que ‘é direito fundamental a dignidade e a memória do indígena morto, bem como de seu povo, dos povos indígenas de Rondônia e do Brasil, e também dos próprios servidores da Funai que o salvara do extermínio e atuaram por décadas na sua proteção’. O MPF fale em uma aviltante e excessiva demora no processo de sepultamento.