Justiça condena líder espiritual por violação sexual

Justiça condena líder espiritual por violação sexual

O juiz Alexandre Cardoso Bandeira, da 6ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte, condenou um líder espiritual a 3 anos de prisão, em regime semiaberto, por crime sexual praticado contra uma jovem durante um ritual. De acordo com depoimentos de testemunhas, o homem também violou sexualmente outras frequentadoras do centro espírita que comanda no bairro Sagrada Família, região Leste da Capital mineira.

A denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) ressaltou que, em março de 2019, o líder espiritual praticou conjunção carnal com uma adolescente em um motel localizado próximo à divisa de BH com o município de Sabará. A mulher era frequentadora do centro espírita e o homem teria induzido a vítima a dar início a um ritual (que envolveria o sêmen dele e o suor dela).

O juiz Alexandre Cardoso Bandeira destacou a grande quantidade de provas documentais e testemunhais que comprovaram que o réu “usou de sua hierarquia religiosa para induzir a vítima a ir ao motel e praticar atos libidinosos, mediante fraude, usando da espiritualidade, impedindo e dificultando a livre manifestação de vontade dela”. O crime é previsto no art. 215 do Código Penal.

Durante as investigações da Polícia Civil, foi constatado que a adolescente não era a única vítima. Outras mulheres teriam ficado com medo e receio de denunciar o líder espiritual por ele ser popular e influente. Elas tentaram alertar outras pessoas sobre as violações sexuais sofridas mas foram tachadas de mentirosas e, na época, não conseguiram ir adiante com as alegações.

A prática do ritual sugeria abrir caminhos e alcançar objetivos, mas previa que as vítimas ficassem nuas e sozinhas com o religioso para, em seguida, ser praticada a conjunção carnal. “Não se trata de fraude comum, mas refinada, e, insista-se, lastreada no abuso da fé dos seguidores da orientação religiosa do acusado”, sustentou o juiz Alexandre Cardoso Bandeira.

Em sua defesa, o acusado argumentou que as provas eram insuficientes para um decreto condenatório, disse ser líder religioso há 30 anos e que a vítima era “uma adolescente difícil”. Por ter acompanhado seu desenvolvimento desde criança, ele adquiriu certa intimidade para corrigir as atitudes da jovem. Por esse motivo, de acordo com a defesa, “a mulher se revoltou e inventou toda essa história”.

A sentença condenatória destacou que nos crimes contra a dignidade sexual, geralmente praticados na clandestinidade, os relatos coerentes da vítima, principalmente quando endossados pela prova testemunhal produzida na Justiça, são suficientes para comprovar a prática do delito.

Os processos de apuração de crimes contra a dignidade sexual tramitam em segredo de justiça.

Com informações do TJ-MG

Leia mais

Moraes anula decisão judicial que mandou reintegrar PM da Polícia Militar do Amazonas

O Ministro Alexandre de Moraes, do STF, anulou um ato judicial lançado pela Justiça do Amazonas, que havia invalidado decisão administrativa acerca da exclusão...

Proprietário de carro ligado à explosão em Brasília foi candidato pelo PL em Rio do Sul

O carro envolvido na explosão ocorrida na noite desta quarta-feira (13), em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) pertence a Francisco Wanderley Luiz, conhecido...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Alckmin diz que explosões são atentado grave e apuração será rigorosa

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, disse em Baku, no Azerbaijão, onde participa da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre...

Moraes anula decisão judicial que mandou reintegrar PM da Polícia Militar do Amazonas

O Ministro Alexandre de Moraes, do STF, anulou um ato judicial lançado pela Justiça do Amazonas, que havia invalidado...

Proprietário de carro ligado à explosão em Brasília foi candidato pelo PL em Rio do Sul

O carro envolvido na explosão ocorrida na noite desta quarta-feira (13), em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF) pertence...

Candidato em cadastro reserva que prova preterição ao cargo tem direito à nomeação, fixa TJ-AM

Comprovado o surgimento de nova vaga, bem como a tramitação do processo de convocação de quem foi aprovado em...