A juíza Ida Maria Costa de Andrade, do Tribunal de Justiça do Amazonas, condenou o ator e humorista Leandro Hassum a pagar R$ 20 mil por danos morais a duas médicas amazonenses, recém-formadas na época. As ofensas ocorreram durante sua participação no programa “Encontro” em 2021, quando ele as chamou de “burras” por supostamente furarem a fila da vacinação contra a Covid-19.
A decisão, proferida em 11 de julho deste ano, refere-se a um processo que tramita desde 2021. As profissionais de saúde, que são irmãs gêmeas, receberão R$ 10 mil cada uma. A defesa do ator recorreu da decisão.
O caso ocorreu em 2021, durante uma participação de Hassum no programa “Encontro”, da TV Globo, então apresentado por Fátima Bernardes. Na ocasião, o humorista criticou pessoas que supostamente estavam “furando a fila” da vacinação contra a Covid-19, mencionando as médicas, que haviam publicado fotos recebendo a primeira dose do imunizante.
Hassum declarou ao vivo: “A primeira coisa que me vem é que são burras, né, amor? Na boa, quer fazer besteira, para que é que posta? Acho um absurdo, Fátima. É um caô. Não tem consciência de que está tirando uma pessoa que realmente precisa.”
A magistrada considerou que “a liberdade de manifestação do pensamento pode incorrer em excessos e abusos capazes de conduzir à violação a outros direitos”. Segundo os autos do processo, as declarações de Hassum “repercutiram em inúmeras manchetes e teriam ferido a honra e impactado a vida pessoal e profissional das demandantes”.
Em depoimento reproduzido nos autos, as gêmeas afirmaram que “ainda hoje referem-se a elas como ‘as gêmeas fura fila’”.
O caso ganhou ampla repercussão na mídia e nas redes sociais, levantando debates sobre a responsabilidade de figuras públicas ao fazerem declarações que podem afetar a reputação de terceiros.