Com o anúncio de que o julgamento de Jair Bolsonaro se inicia na data de hoje, o TSE caminha para declarar a inelegibilidade do ex-presidente da República, com rara possibilidade de que esse processo tenha seu exame prorrogado. Alexandre de Moraes, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral adotou, inclusive, uma postura que se evidencia como obstáculo a qualquer suspensão da ação que registra a subscritura do PDT.
Medidas tomadas pela presidência da Corte Eleitoral em Brasília inviabilizam o retardamento do processo, à exemplo da limitação do tempo em que um Ministro possa usar para, após vista, apreciar um processo, sustando o julgamento. É de no máximo sessenta dias esse prazo. Moraes também afirmou em vários pronunciamentos que o julgamento não sofreria atrasos.
De qualquer maneira, existe a possibilidade de que Kássio Nunes Marques, que também integra a Corte Eleitoral, apresente um pedido de vista, o que implicará no máximo, a soma de um prazo de espera de somente dois meses para uma nova pauta, correspondente ao prazo máximo que Kássio disponha para a devolução dos autos. Mas, esse cenário é apenas possível, sem probabilidade.
De qualquer maneira, mesmo com um pedido de vista de Kássio Nunes Marques, nada impede que o julgamento colha o voto dos Ministros não compromissados com essa suspensão. Se a maioria votar, o destino de Bolsonaro quanto a sua capacidade eleitoral poderá ter ainda hoje o resultado declarado pela Corte, o que pode acanhar qualquer iniciativa de pedido de vista por Kássio Nunes, face a uma inutilidade que poderá ser observada por ocasião do julgamento.
Se a ação contra Jair Bolsonaro prosperar, o ex-presidente ficará impedido de se candidatar para as próximas eleições, com a impossibilidade de três disputas eleitorais, porque a suspensão dos direitos políticos tem a duração de oito anos, o que inviabilizará a iniciativa de Bolsonaro para concorrer à Presidência da República durante três eleições gerais.