O Ministro do TSE, Benedito Gonçalves, ao deliberar sobre a AIJE -Ação de Investigação Judicial Eleitoral, movida contra Bolsonaro pelo PDT, deliberou que novos fatos podem ser avaliados no contexto das ações eleitorais ainda que instaurados em contexto diverso. De pronto, com referendo da Corte Eleitoral, se assentou que a juntada aos autos da ‘minuta golpista’ encontrada na casa de Anderson Torres, no qual se previa um estado de defesa no âmbito do TSE, por parte de Bolsonaro, pode e deve continuar no processo que, sem dúvida, levará o ex-presidente da República a se tornar inelegível nos próximos anos.
Reforçou-se a tese do PDT, autor do processo, de que a minuta revela uma estratégia traçada por Bolsonaro para desacreditar a Justiça Eleitoral. Derrubou-se o pedido da defesa que consistiu em fundamentar que esse documento não se encontrava disponível na data da propositura da ação e que não tinha conexão com o processo.
Nessa linha de raciocínio, o que se entender por circunstâncias relevantes com o contexto dos fatos revelados em outros procedimentos contra Bolsonaro, inclusive no que se refere a inquéritos policiais, podem vir a ser juntados nesse mesmo processo. Tudo o que se entender que esteve no intento golpista de Bolsonaro poderá vir aos autos. A intenção da Corte é que esse julgamento ocorra antes do mês de maio. Leia-se, antes da aposentadoria compulsória de Ricardo Lewandowski que também, é Ministro do TSE. O ministro será automaticamente substituído no TSE, após sua aposentadoria, por Kássio Nunes.