O inquérito conduzido pela Polícia Federal, sob a presidência do ministro Alexandre de Moraes, que investiga a articulação de indivíduos voltada à disseminação de notícias falsas, está próximo de sua conclusão.
O foco do inquérito é a apuração de uma suposta tentativa de golpe de Estado e a abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tendo como alvos principais o ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-integrantes de sua cúpula governamental, como Filipe Martins e Mauro Cid, e ex-comandantes militares, incluindo o general Walter Braga Netto.
O inquérito examina, em particular, fatos relacionados à atuação de núcleos organizados que, em uma dinâmica semelhante à de uma milícia digital, teriam difundido a narrativa de fraude nas eleições presidenciais de 2022, antes mesmo de sua realização.
A investigação sugere que essas ações tinham como objetivo criar um cenário favorável à intervenção das Forças Armadas, visando a abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
De acordo com fontes próximas ao caso, o inquérito se aproxima de uma conclusão que pode resultar na oficialização do indiciamento de Jair Bolsonaro, além de vários de seus ministros, incluindo o general Braga Netto.
A apuração traçou uma rede de conexões entre diversos órgãos do governo Bolsonaro, que supostamente teriam trabalhado em conjunto para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Esse inquérito tem um precedente importante no INQ 4781, que investiga o autointitulado Gabinete do Ódio (GDO), conhecido por sua atuação em campanhas de desinformação e ataques a instituições democráticas.