Injúria racial praticada por superior leva empresa a pagar indenização

Injúria racial praticada por superior leva empresa a pagar indenização

A prática de ato ilícito por preposto de empresa é circunstância suficiente para ensejar a condenação da empregadora ao pagamento de indenização por danos morais.

 

Dessa forma, a juíza Alzeni Aparecida de Oliveira Furlan, da Vara do Trabalho de Indaiatuba (SP), condenou uma companhia de saneamento e infraestrutura ao pagamento de R$ 10 mil a um ex-empregado vítima de injúria racial. Nos autos, o trabalhador relatou que, quando ele pediu a troca de um calçado, o responsável pela segurança do trabalho da empresa, que negou o pedido, exaltou-se e o chamou de “negão”.

A juíza ouviu duas testemunhas. A que foi indicada pelo trabalhador disse ter presenciado a situação. Já a testemunha apontada pela empresa alegou que não estava presente no momento da agressão verbal.

“Assim, reconheço verdadeiro o fato relatado pelo reclamante e ratificado pela testemunha, presente no local da ocorrência dos fatos”, disse a juíza.

A magistrada destacou que a declaração do técnico de segurança é tipificada como injúria racial, principalmente porque, em seguida, ele mandou o trabalhador se retirar do local de forma alterada.

“Observa o juízo que a reclamada afirma que atua de forma propositiva para que casos tais não ocorram em seu estabelecimento, contudo, pelo visto, sua conduta não tem sido eficaz ou eficiente a elidir o comportamento reprovável de empregado, que emprega expressões do jaez exposto acima”, argumentou a juíza.

“Constatado que a empregadora tinha ciência e permitia a utilização de alcunhas de caráter depreciativo racial entre os empregados, deve ser condenada ao pagamento de indenização por danos morais em favor do trabalhador ofendido, nos termos do artigo 927 do Código Civil, por omissão e negligência na adoção de medidas tendentes a preservar a higidez do ambiente de trabalho”, declarou ela.

O advogado Pedro Godoy Bruno representou o trabalhador ofendido.

Leia a decisão

Processo 0011799-92.2022.5.15.0077

Com informações do Conjur

 

Leia mais

Simonetti diz ver com preocupação as apurações da Polícia Federal sobre plano para matar presidente

O Presidente da OAB, o amazonense Beto Simonetti, diz que a Ordem acompanha com atenção e preocupação os desdobramentos da apuração sobre o plano...

A superação do limite do cheque especial e as restrições de encargos se encontram em pauta do TJ-AM

O cheque especial é uma linha de crédito pré-aprovada oferecida pelos bancos para ser utilizada de forma imediata quando o saldo da conta corrente...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Dino determina a cemitérios cobrarem valores anteriores à privatização

O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou, neste domingo (24), que o município de São Paulo...

Duas em cada 10 brasileiras já sofreram ameaça de morte de parceiros

No Brasil, duas em cada dez mulheres (21%) já foram ameaçadas de morte por parceiros atuais ou ex-parceiros românticos...

Homem é condenado por perseguir colegas de trabalho em razão de orientação sexual

A 3ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve, em parte, decisão da 2ª Vara Criminal...

Brasileiras: 1/5 já sofreu ameaça de morte dos ex e atuais parceiros

No Brasil, duas em cada dez mulheres (21%) já foram ameaçadas de morte por parceiros atuais ou ex-parceiros românticos...