Os restos mortais do ‘índio do buraco’ foram finalmente enterrados na sexta feira, dia 04 de novembro, no mesmo local onde o corpo foi encontrado, na terra indígena Tanaru, sul de Rondônia. O funeral somente ocorreu devido à decisão da justiça. A informação foi confirmada pelo OPI (Observatório dos Direitos Humanos dos Povos Indígenas Isolados e de Recente Contato, que acompanharam o impasse sobre o sepultamento desde o início.
O índio do buraco, assim conhecido porque cavava buracos na sua localidade, morreu há mais de três meses, e o enterro vinha sendo adiado por ação da Funai. O presidente alegava que seria preciso novas investigações e perícias acerca da morte do indígena. Entretanto, a Justiça Federal em Rondônia, atendendo a pedido do Ministério Público Federal, determinou liminarmente que o indígena, em nome do princípio da dignidade da pessoa humana, fosse enterrado.
A decisão foi do juiz federal Samuel Albuquerque, da Vara de Vilhena, em Rondônia, onde foi movida ação civil pública para obrigar a Funai a sepultar o indígena no local onde viveu sozinho e isolado por 26 anos. O presidente da Funai é acusado de barrar os interesses indígenas.
A terra indígena Tanaru, pertencente a tribo em extinção do índio do buraco é reivindicada por fazendeiros da região. Esses fazendeiros querem derrubar uma restrição de uso dessa terra. O sepultamento do índio somente foi possível graças a ação do Ministério Público.