Zoraya ter Beek, uma holandesa de 29 anos, compartilhou com o The Guardian sua longa batalha com problemas de saúde mental desde a infância. A mulher foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA), depressão crônica, ansiedade, trauma e um transtorno de personalidade não especificado, Zoraya passou por diversos tratamentos intensivos, incluindo psicoterapia e mais de 30 sessões de eletroconvulsoterapia (ECT). No entanto, nada foi suficiente para aliviar seu sofrimento, e ela continuou a se sentir suicida.
Ter Beek decidiu pela eutanásia após seu psiquiatra afirmar que não havia mais opções de tratamento disponíveis. Zoraya tinha esperanças de melhora, mas após dez anos de tratamento, as esperanças se esgotaram. A decisão veio após o término das sessões de ECT em agosto de 2020, e ela solicitou a eutanásia em dezembro daquele ano.
Na Holanda, a eutanásia é legal desde 2002, e é permitido para pessoas que enfrentam um sofrimento insuportável e sem perspectiva de melhora, com a condição de ser confirmada por médicos e especialistas independentes. Embora a eutanásia para transtornos mentais seja rara, o número de casos tem aumentado, com 138 registrados em 2023.
Zoraya explicou que o processo de eutanásia é longo e complexo, desmistificando a ideia de que é rápido. Ela passou anos em listas de espera e avaliações antes de ser aprovada. Apesar das controvérsias e das reações negativas, ela está determinada em sua decisão. O procedimento está agendado para ocorrer em sua casa, com a presença de sua equipe médica e seu parceiro.