A tensão aumenta no país: Um grupo de brigadeiros e almirantes da reserva assinaram um manifesto pedindo aos comandantes militares que intervenham contra o resultado das urnas. São 221 militares da reserva, entre eles 46 oficiais generais, 33 da FAB, dez da Marinha e 3 do Exército- denominados Guardiões da Nação. Eles assinaram uma petição aos comandantes das três Forças na qual pedem que intervenham contra decisões do Tribunal Superior Eleitoral. O motivo: A recente decisão de Moraes, que, para esse grupo, teria afastado a contestação do PL que pediu, legitimamente, a anulação da votação do segundo turno.
Os Guardiões da Nação acreditam ter legitimidade para falar por todo o povo e chamam a iniciativa de ‘pedido de cidadãos’, especialmente após a rejeição do pedido do Partido Liberal para anular as eleições, e dar posse ao segundo lugar, Jair Bolsonaro. O grupo defende que o povo brasileiro esteja intimidado, de mãos atadas. Isso justificaria a busca da intervenção pelas Forças Armadas.
Nesse clima, o presidente Jair Bolsonaro, do PL, depois de se manter isolado, fez uma primeira aparição participando, em uma agenda oficial, depois do resultado das urnas, no dia 30 de outubro, em uma formatura militar em Resende, no Rio de Janeiro, que ocorreu no sábado, dia 26 de novembro.
No evento, Bolsonaro foi ovacionado pelos familiares dos formandos com gritos de ‘mito’ e aplausos. Em um breve discurso, o comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, afirmou aos jovens cadetes que a ‘dignidade, culto à família, amor pelo Brasil e inabalável fé em Deus” do presidente seriam referência aos formandos.
Crescem as expectativas de que Lula logo manifeste sua preferência a um nome que possa comandar o Ministério da Defesa e que tenha uma liderança que acalme a tensão existente na área. Esse nome poderia ser o de Nelson Jobim, Lewandowski ou outros, porém, todos dentro da esfera petista. O futuro ministro terá uma tarefa mais que árdua pela frente. Há 6 mil militares que ocupam cargos civis na Esplanada, afora a missão de ser o intermediador entre as Forças Armadas e o novo governo.