“Estava deitada no quarto que dividia com a mãe e outros quatro familiares. Foi quando alguém entrou, sentou-se em seu colchão, aos seus pés, e começou a passar as mãos pelo seu corpo. As outras pessoas que estavam no quarto, aparentemente dormiam. Senti uma mão subindo pela coxa e não conseguia reagir. Quando abri o olho vi o Niel (apelido do pastor Anderson) de blusa regata branca sentado. Ele passou a mão pelas minhas coxas e introduziu o dedo, eu fechei a perna e virei para a parede”. O depoimento é de Rafaela dos Santos Oliveira, também ré no processo movido pela Justiça Publica contra Flordelis dos Santos de Souza, de 61 anos, e cujo julgamento segue no Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, onde se apura o assassinato do pastor Anderson do Carmo, marido de Flordelis. Foi mais de um depoimento prestado contra a vítima.
Os depoimento contra a vítima foram fortes durante o quinto dia de julgamento da ex-deputada federal Flordelis dos Santos, hoje com 61 anos de idade. O julgamento é realizado no fórum de Niterói, no Rio de Janeiro. No dia de ontem, sexta feira, as sete últimas testemunhas de defesa de Flordelis acusaram o pastor Anderson do Carmo de praticas de assédio e abuso sexual contra as filhas e netas afetivas de Flordelis, afora outras condutas repreensíveis que teriam sido, também, praticadas pela vítima.
A irmã de Rafaela, Lorrayane, afirmou não ter sido vítima de abuso semelhante, porém, acusou o pastor de um dia ter tentado levá-la para um motel, com o pretexto de almoçarem, e isso em uma tarde em que estavam a caminho da igreja. Ela se recusou e não houve maiores desdobramentos desses fatos, firmou.
O julgamento recomeça hoje, as 10 horas deste sábado, com a oitiva das rés Flordelis, Simone, André, Marzy, Teixeira da Silva e Rayane dos Santos de Oliveira, neta de Flordelis. Depois haverá debates entre a defesa e a acusação e o julgamento pode ir até o dia de amanhã com a decisão dos jurados.