O dólar mais uma vez disparou em frente ao real. Desde a sexta-feira está cotado a R$ 5,59, representando o maior valor nominal desde janeiro de 2022, suscitando preocupações relacionadas ao cenário fiscal no Brasil e aos desentendimentos entre o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a liderança da instituição responsável pela política monetária.
No acumulado do ano, a moeda americana registra um aumento superior a 15% em relação ao real, sendo 6,48% apenas em junho.
Em conformidade com a opinião majoritária de alguns economistas, a autoridade monetária não deve realizar intervenções extraordinárias no mercado cambial. A elevação do dólar é atribuída, em grande parte, à percepção de risco associada à política fiscal do país. No regime de câmbio flutuante, a instituição intervém exclusivamente para assegurar o adequado funcionamento do mercado, com ações direcionadas a mitigar movimentos desordenados, evitar restrições de liquidez e garantir mecanismos de proteção.
O comportamento atual do câmbio pode ser interpretado como um reflexo do aumento do prêmio de risco, decorrente da incerteza quanto à política econômica do Brasil, da instabilidade política e de outros fatores. Esta situação pode implicar em repercussões jurídicas, especialmente no que concerne à confiança e previsibilidade das ações governamentais e suas consequências sobre os contratos e investimentos estrangeiros.