Circunstância judicial acerca da personalidade do agente do crime deve ser motivada, julga TJAM

Circunstância judicial acerca da personalidade do agente do crime deve ser motivada, julga TJAM

Nos autos da ação penal de nº 0640527-22.2021 oriundos da 9ª. Vara Criminal, Reginaldo de Abreu Nascimento foi condenado pela prática do crime de roubo definido no artigo 157 do Código Penal, vindo a recorrer da sentença por meio de apelação que levou ao Tribunal de Justiça, o conhecimento de que circunstâncias judiciais correspondentes a primeira fase de aplicação da pena privativa de liberdade não foram suficientemente motivadas pelo magistrado recorrido, daí pretendendo que o TJAM afastasse os acréscimos de pena decorrentes de apreciação negativa não demonstradas na sentença em desfavor de sua liberdade. Ao apreciar o recurso, o relator José Hamilton Saraiva dos Santos também procedeu a análise de todo o conteúdo do inconformismo recursal, reconhecendo que, quanto a personalidade do agente, de fato, não houve correspondência entre a negativação da personalidade e os motivos que a fundamentaram, afirmando que as razões deveriam ser precisas e justificadas. 

Para José Hamilton Saraiva o juízo recorrido avaliou bem a materialidade e autoria do delito em persecução penal instaurada a pedido do Ministério Público e reconhecida procedente face às provas coligidas aos autos que foram obtidas durante a instrução processual, bem como presente auto de exibição e apreensão e de entrega, associados aos esclarecimentos prestados em juízo com o depoimento de testemunhas.

“De fato, a análise dos autos demonstra que a conclusão alcançada pelo juízo primevo se encontra em perfeita harmonia comas provas coligidas sendo legítima e bem fundamentada, tanto que o ora recorrente sequer insurgiu-se quanto a questão, devendo, pois manter-se a condenação nas penalidades do artigo 157 do Código Penal”.

Prosseguiu julgado que “quanto à dosimetria, o juízo de piso negativou a personalidade, somente declarando que esta se revela ‘deturpada pela própria prática do crime’ e ‘pelo pendor natural para a prática de injustos’, assertivas que não se mostram suficientes a ampara a negativação desta circunstância, devendo haver razões precisas e justificadas, sem meros achismos”.

Leia o acórdão

Loader Loading...
EAD Logo Taking too long?

Reload Reload document
| Open Open in new tab

Baixar arquivo

Leia mais

Falha na cobertura de seguro-viagem gera dever de indenizar, decide Turma Recursal do Amazonas

Turma Recursal reconhece direito à cobertura de seguro-viagem após falha da seguradora. O colegiado entendeu que a empresa deixou de efetuar o pagamento de...

Justiça condena banco por fraude em financiamento feito em nome de aposentado no Amazonas

O risco do empreendimento impõe ao banco o dever de indenizar quando, por falha em seus controles internos, quando permite a formalização de contrato...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Trabalhador apalpado por supervisor durante ‘festa da firma’ deve ser indenizado, decide TRT-SC

Ser importunado sexualmente por um superior hierárquico viola a dignidade do trabalhador, ainda que o ato tenha ocorrido em...

TJ-SP reconhece erro médico e condena hospital por gaze esquecida em paciente

A 2ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo manteve sentença da 1ª Vara da Fazenda...

Associação é condenada por descontos não autorizados em benefício previdenciário

A 4ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) reconheceu a prática de fraude por uma...

AGU propõe novas diretrizes sobre violência doméstica e subtração internacional de crianças

O procurador nacional da União de assuntos internacionais, Boni Soares, defendeu a criação de novas diretrizes para enfrentar a...