Família de ativista palestina presa nega acusação contra ela

Família de ativista palestina presa nega acusação contra ela

A família da jovem palestina Ahed Tamimi, de 22 anos, negou que ela tenha postado em uma rede social mensagem defendendo o assassinato de israelenses. Ícone da causa palestina, a jovem foi presa na madrugada da última segunda-feira (6) acusada de “incitação ao terrorismo”.

A mãe de Ahed, Nareman Tamimi, conversou com a Agência Brasil e negou as acusações que pesam contra a filha. “A conta dela foi hackeada há algum tempo”, disse Nareman sobre a acusação de que ela teria postado mensagem defendendo o assassinato de israelenses. A mãe de Ahed argumentou que não há justiça sob ocupação israelense na Cisjordânia.

“Israel julga os palestinos sem os investigar nem apresentar acusações, e os condena à detenção administrativa”, destacou. As chamadas

Para a mãe de Ahed Tamimi, a detenção dela é uma tentativa de Israel de silenciar sua voz. Além disso, acrescenta, a família deve seguir lutando contra a ocupação israelense. “Enquanto estivermos sob ocupação, temos o direito de resistir por todos os meios que nos levem à libertação desse colonialismo, tal como garantido pelas convenções internacionais, que, apesar do seu estabelecimento em prol da humanidade, não trabalham com os palestinos”, destacou.

Segundo o Exército israelense, Tamimi foi presa em uma operação “destinada a deter indivíduos suspeitos de estarem envolvidos em atividades terroristas e de incitamento ao ódio”, de acordo com a agência RTP – Rádio e Televisão de Portugal. Em rede social, o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Bem Gvir, comemorou a detenção da ativista. “Tolerância zero com terroristas e apoiadores do terrorismo”, disse.

A ativista ficou mundialmente famosa aos 12 anos, em 2012, ao ser filmada mordendo um soldado israelense para tentar impedir a detenção do irmão mais novo. Em 2017, ela ficou detida por oito meses por ter dado tapas em dois soldados israelenses próximo à residência da sua família, em Nabi Saleh, na Cisjordânia ocupada, enquanto pedia que eles fossem embora. Em relatório divulgado à época, a Anistia Internacional considerou que Ahed Tamimi foi “presa injustamente”.

Anistia Internacional  

A organização não governamental (ONG) Anistia Internacional registrou aumento significativo das retenções administrativas no último mês, desde que o Hamas atacou Israel no último dia 7 de outubro. Segundo a entidade, aumentou de 1.319 para 2.070 o número de prisões administrativas, sem acusação ou julgamento, chegando a mais de 2.200 o número de palestinos presos por Israel no período.

“As autoridades israelenses aumentaram dramaticamente o recurso à detenção administrativa, uma forma de detenção arbitrária de palestinos em toda a Cisjordânia – medida de emergência alargada que facilita o tratamento desumano e degradante dos prisioneiros – e não investigou incidentes de tortura e morte sob custódia nas últimas quatro semanas”, afirmou a Anistia Internacional.

Com informações da Agência Brasil

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