Mais de 50 toneladas de papel em propaganda eleitoral foram retiradas das ruas de 47 cidades mineiras durante as eleições de 2022 graças à campanha “Eleições Sustentáveis”, do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). A experiência, que envolveu 50 cooperativas de reciclagem mineiras, foi apresentada nesta semana (28/6) durante o evento “Disseminando Boas Práticas do Poder Judiciário”, transmitido pelo canal do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no YouTube.
De acordo com a chefe da Seção de Gestão Sustentável e Inovação do TRE-MG, Karina Marcos Bedran Pinheiro, o projeto, que resultou em 11 toneladas a menos de papel nas ruas em 2018, ano em que teve início, alcançou 28 toneladas em 2020 e 55 toneladas na última eleição.
A juíza auxiliar da Presidência do CNJ Lívia Cristina Marques Peres chamou a atenção para o aspecto social do projeto, além dos benefícios ao meio ambiente: “O trabalho do tribunal tem efeito que repercute na vida das pessoas, nas cooperativas, que vai gerar renda. Vivendo em uma sociedade tão desigual como a nossa, essa prática é muito bem-vinda”, destacou ela.
“O portal CNJ de Boas Práticas é um ambiente virtual para divulgação e práticas de sucesso permitindo que sejam replicadas e possam servir de modelo para os órgãos que compõem o Poder Judiciário”, lembrou o secretário especial de Programas, Pesquisas e Gestão Estratégica do CNJ, o juiz Ricardo Fioreze.
Inovação em Segurança
Na 2.ª edição do evento, outras duas boas práticas no eixo temático “Sustentabilidade e Meio Ambiente” foram apresentadas. O diretor da Secretaria de Segurança Institucional do Tribunal Regional do Trabalho da 4.ª Região, João Luiz Peixoto da Silva, apresentou o projeto “Monitoramento de frotas para otimização de recursos e segurança”, que nasceu em 2014 após a ocorrência de três assaltos a carros da frota no período de um ano na região metropolitana de Porto Alegre.
Segundo ele, a saída encontrada foi a instalação do software Central de Monitoramento Integrada, da empresa Tecnologia GPS, o mesmo utilizado pelo Exército brasileiro no Haiti. Por meio do software, é possível saber qual é o veículo mais próximo para a realização do traslado de desembargadores e de serviço, gerando economia para o tribunal e menor consumo de combustível. “Cada veículo que tiramos da rua reduz a emissão de gases”, comentou.
O conselheiro do CNJ Giovanni Olsson, que moderou o debate, ressaltou que a prática, além de promover a sustentabilidade e a eficiência ao reduzir o consumo e a despesa, proporciona segurança para os servidores e magistrados, o que agrega valor à instituição. “É uma instituição que valoriza o que é mais importante: as pessoas”, elogiou o conselheiro que preside a Comissão de Sustentabilidade e Responsabilidade Social do CNJ.
Carbono Neutro
Outra boa prática foi apresentada pelo Chefe da Divisão de Estratégia, Inovação e Sustentabilidade do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Francisco Henrique Mendonça Nina Cabral, que apresentou o Programa Carbono Neutro, da corte trabalhista.
De acordo com ele, o primeiro passo do projeto foi realizar o inventário dos gases de efeito estufa que o órgão emitiu durante suas operações, utilizando protocolos reconhecidos internacionalmente. Este inventário tem três escopos, abrangendo o que o órgão impacta diretamente, o que ele mensura em forma de energia elétrica e emissões indiretas, aquelas sobre as quais a instituição não tem controle, mas só existem em razão das operações do órgão.
Em linha com a Resolução n. 400/2021 do CNJ, que dispõe sobre a política de sustentabilidade no âmbito do Poder Judiciário, o TST elabora anualmente um plano de compensação. “A cada ano fazemos inventário, qualificação das emissões com relatório e plano de compensação”, explicou.
O compartilhamento de boas práticas continua, além dos eventos promovidos pelo Departamento de Gestão Estratégica, encontram-se permanentemente catalogadas como Práticas de Sucesso no Portal CNJ de Boas Práticas do Conselho Nacional de Justiça. “A 3ª edição do Disseminando está prevista para dia 26 de julho, e serão apresentadas práticas do eixo Gestão de Pessoas”, garantiu o secretário especial do CNJ.
Fonte: CNJ