Prescrição de crime que ofende meio ambiente não pode ser declarada enquanto persiste poluição

Prescrição de crime que ofende meio ambiente não pode ser declarada enquanto persiste poluição

O uso de caixa amplificada no estabelecimento comercial, sem o devido licenciamento da autoridade competente é conduta que se amolda ao crime de  fazer funcionar  serviço potencialmente poluidor, por contrariar normas regulamentadoras. A conduta, enquanto persista, é daquelas que se estende no tempo, uma vez demonstrável a vontade do infrator em persistir na violação à lei ambiental. Desta forma, não prescreve enquanto não cessar a permanência. 

Com essa definição, o Juiz Cid da Veiga Soares Junior, da 3ª Turma Recursal, aceitou recurso do Ministério Público do Amazonas e reformou sentença que decretou a extinção de punibiidade de pessoa jurídica por ofensa ao meio ambiente, na modalidade poluição sonora. 

Na origem, sentença do Juiz Roberto dos Santos Taketomi concluiu que  o Snoopy Bar conseguiu demonstrar a licença fornecida pelo poder público municipal que o credenciou a utilizar som amplificado. No recurso de apelação, o Promotor de Justiça Francisco Arguelles sustentou que a decisão esteve longe da jurisprudência consolidada dos tribunais superiores e da melhor intepretação da lei ambiental.

Segundo Arguelles, para a configuração do crime de poluição sonora  da lei de crimes ambientais é irrelevante que depois do fato ilícito tenha sido  expedida a licença ambiental  se houve a conduta ofensiva ao meio ambiente com  a consumação do delito. Ainda mais com persecução penal deflagrada tempestivamente em ação penal. 

Atendendo ao recurso e dirimindo a controvérsia, a Turma, com voto do relator definiu que “se cuidando de crime permanente, verifica-se não ter iniciado a contagem do prazo prescricional no caso da espécie examinada, que, na hipótese, exigiria a emissão do licenciamente municipal”. 

Leia o documento:0816454-36.2020.8.04.0001   

Recurso Inominado Cível / Indenização por Dano MaterialRelator(a): Cid da Veiga Soares JuniorComarca: ManausÓrgão julgador: 3ª Turma RecursalData do julgamento: 02/02/2024Data de publicação: 02/02/2024Ementa: JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL. AMBIENTAL. ART. 60 DA LEI 9.605/1998. OBRAS OU SERVIÇOS POTENCIALMENTE POLUIDORES. AUSÊNCIA DE LICENÇA DA AUTORIDADE COMPETENTE. PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. CRIME PERMANENTE. SENTENÇA CASSADA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO

Leia mais

Aneel adota medidas para promover transferência de controle acionário da Amazonas Energia

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) comunicou ao Juízo da 1ª Vara Federal da Justiça Federal no Amazonas os avanços relativos à Medida...

Juiz considera cobrança irregular e Amazonas Energia indenizará consumidor em R$ 10 mil

A concessionária Amazonas Energia foi condenada a cancelar uma cobrança indevida e a indenizar uma consumidora no valor de R$ 10 mil. A decisão...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

STF rejeita ação da OAB e mantém cobrança de ICMS para empresas do Simples Nacional

O Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão desta semana, julgou improcedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) proposta pela...

TJSP publica edital de abertura para concurso de oficial de justiça

O Tribunal de Justiça de São Paulo publicou, no dia (30), no Diário da Justiça Eletrônico (DJE), o edital...

Aneel adota medidas para promover transferência de controle acionário da Amazonas Energia

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) comunicou ao Juízo da 1ª Vara Federal da Justiça Federal no Amazonas...

Saiba o que é VPN, recurso limitado por decisão que suspendeu X

VPN é uma sigla para Rede Virtual Privada (em inglês, Virtual Private Network) recurso que permite que um ou mais dispositivos...