Em caso de renúncia de crédito para RPV não se calcula valor de honorários sobre crédito original

Em caso de renúncia de crédito para RPV não se calcula valor de honorários sobre crédito original

Em se cuidando de requisição de pequeno valor, decorrente de renúncia ao crédito montante, os honorários advocatícios devem ser calculados sobre o valor final do crédito, ou seja, incidem sobre o valor final que se dá após a renúncia ao montante que excede o teto da RPV.

Calcular os honorários sobre o valor original, antes da renúncia, configuraria uma burla ao sistema de pagamento por precatórios. Isso é porque tal prática permitiria um fracionamento indevido da execução, que é vedado pela legislação vigente (§ 8º do art. 100 da Constituição Federal e § 1º do art. 90 do CPC).

O Supremo Tribunal Federal (STF), em decisão monocrática do Ministro Flávio Dino, negou seguimento a um recurso extraordinário contra o Tribunal do Amazonas concernente a discussão sobre verbas honorárias em desfavor do INSS.

O recorrente contestava o acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (TJAM) que, em agravo de instrumento, decidiu sobre a incidência de honorários advocatícios em cumprimento de sentença após renúncia ao valor excedente ao teto para viabilizar Requisição de Pequeno Valor (RPV).

O TJAM havia determinado que os honorários advocatícios fossem calculados sobre o valor resultante da renúncia, e não sobre o valor original do crédito. O Tribunal rejeitou a pretensão de deduzir os honorários do valor principal antes da renúncia, considerando tal procedimento uma burla à sistemática de pagamento por precatórios.

O STF fundamentou sua decisão na Súmula 279, que impede o reexame de provas em sede de recurso extraordinário, e destacou que a questão levantada tem natureza infraconstitucional, conforme precedentes da própria Corte. Além disso, a Corte reafirmou a ausência de repercussão geral em casos semelhantes, onde a controvérsia envolve apenas a interpretação de normas infraconstitucionais.

O Ministro Flávio Dino também determinou a majoração dos honorários advocatícios em 10%, conforme estipulado pelo Código de Processo Civil, observados os limites legais e a eventual concessão de justiça gratuita.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 1.494.506 AMAZONAS

Leia mais

Banco é condenado a refazer contrato abusivo e indenizar cliente por ofensas no Amazonas

O Juiz Cid da Veiga Soares Junior, da 1ª Vara Cível de Manaus, determinou ao Banco Master a conversão de um contrato de cartão...

Amazonas Energia falha em negar medidas prévias solicitadas por cliente; Justiça manda indenizar

A Amazonas Energia descumpriu seu dever de prestação adequada de serviços ao consumidor após não responder a pleitos administrativos apresentados pela autora, como o...

Mais Lidas

Justiça do Amazonas garante o direito de mulher permanecer com o nome de casada após divórcio

O desembargador Flávio Humberto Pascarelli, da 3ª Câmara Cível...

Bemol é condenada por venda de mercadoria com vícios ocultos em Manaus

O Juiz George Hamilton Lins Barroso, da 22ª Vara...

Destaques

Últimas

Banco é condenado a refazer contrato abusivo e indenizar cliente por ofensas no Amazonas

O Juiz Cid da Veiga Soares Junior, da 1ª Vara Cível de Manaus, determinou ao Banco Master a conversão...

Amazonas Energia falha em negar medidas prévias solicitadas por cliente; Justiça manda indenizar

A Amazonas Energia descumpriu seu dever de prestação adequada de serviços ao consumidor após não responder a pleitos administrativos...

Ministro concede Habeas Corpus e derruba medidas cautelares impostas de ofício por Juiz

O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), afastou medidas cautelares impostas por iniciativa própria (de ofício) por...

Barroso palestra em três das principais universidades dos EUA

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luís Roberto Barroso, teve uma agenda internacional intensa no final do recesso...