Grande parte da população da Venezuela revela-se por meio de uma diáspora, estimada em 7,7 milhões de pessoas, que, em sua maioria, não irá às urnas. Apenas 69 mil eleitores no exterior estão registrados para votar, uma média de 1 eleitor para cada 110 imigrantes.
No Brasil, onde há cerca de 560 mil venezuelanos, somente 1.026 estão registrados para votar. A baixa representação diplomática venezuelana no Brasil, herança do rompimento das relações bilaterais durante os governos de Jair Bolsonaro e Nicolás Maduro, dificulta o acesso aos serviços consulares.
Atualmente, apenas a embaixada venezuelana em Brasília está aberta, enquanto os consulados permanecem fechados.
A lei eleitoral venezuelana permite que todos os nacionais no exterior com direito de residência ou qualquer visto legal participem das eleições. No entanto, as regras aplicadas neste ano foram mais rígidas, permitindo apenas o registro de eleitores com visto de residência e passaporte vigente, algo raro entre a diáspora que emigrou durante a crise econômica.
Muitos países, como o Brasil, adotaram regimes excepcionais para facilitar a recepção de imigrantes venezuelanos. Organizações como a Alerta Venezuela acusam Caracas de violar suas próprias normas, excluindo milhões de venezuelanos do processo eleitoral.
Dos 69 mil eleitores registrados no exterior, apenas 6.500 se registraram este ano, enquanto o restante são eleitores registrados desde 2012. A organização Votoscopio estima que 1,5 milhão de venezuelanos no exterior são novos eleitores e outros 4,5 milhões deveriam ter mudado seu centro de votação para votar fora do país.